Berlim
(AG) – Na sexta-feira, o euro superou por algumas horas a marca de US$ 1,18, valor que atingiu logo após seu lançamento, em 1999. A valorização torna a moeda mais atraente não só para os importadores europeus. O euro atraiu a atenção dos falsificadores. Os atuais números sobre o crime não são baixos e devem subir, segundo o Banco Central Europeu (BCE). Hoje, vinte em cada grupo de mil cédulas de euro são falsificadas. Agora, o BCE, sediado em Frankfurt, resolveu declarar guerra à falsificação com tecnologia: serão lançadas novas cédulas de euro equipadas com um chip invisível.Os falsificadores podem até continuar agindo, mas ficará mais fácil para bancos, lojas e cidadãos saber se a moeda é falsa. De acordo com um porta-voz do BCE, as novas cédulas, produzidas em cooperação com a empresa japonesa Hitachi, terão um chip onde estarão armazenados um número e uma impressão digital, que poderão ser identificados por um “scanner”.
Segundo o BCE, a guerra aos falsificadores será vencida quando todos os caixas dos países do euro tiverem um “scanner” capaz de identificar cada cédula.
Hoje, muitos caixas em lojas e bancos de Frankfurt e Berlim têm o que se chama de máquina de identificação, mas elas não funcionam com as notas falsas mais sofisticadas. Segundo uma funcionária do caixa da rede Kadewe, de Berlim, as notas falsificadas são identificadas pela falta de brilho. Mas ela admite que, mesmo com a sua máquina, já deixou de perceber falsificações.
A empresa japonesa Hitachi informou que dispõe de chips microscópicos, que podem ser introduzidos em cada cédula de euro, onde ficam invisíveis. O único problema, segundo um porta-voz da empresa, é que os custos de produção das cédulas serão duplicados.
De acordo com a Hitachi, as novas cédulas terão um custo de produção de oito centavos de euro por unidade. O porta voz do BCE defende, porém, o gasto adicional. Atualmente, as falsificações são tão perfeitas que mesmo especialistas têm dificuldades para identificá-las. E os investimentos nos chips mais do que compensam os prejuízos causados pelos falsários “high-tech”.
A máfia da falsificação trabalha sempre com a moeda mais valiosa. Até o real já foi alvo de falsificadores de Frankfurt, pouco depois do seu lançamento.