A inflação em outubro pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deverá fechar acima da taxa de 0,11% apurada em setembro avaliou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Mas deverá ficar abaixo da variação de 1,05% apurada no mesmo mês do ano passado. “O IGP-M de outubro certamente será maior que o de setembro por conta do aumento do dólar”, explica o economista.
Para Braz, o câmbio oferece um risco maior para a inflação do que a demanda agregada. “O dólar pode ajudar a balança comercial mas prejudica a inflação”, diz o economista da FGV. Até porque, diz ele, tirando o Índice de Preços por Atacado (IPA-M), que subiu em setembro pressionado pela influência do câmbio no preço da soja, os demais subíndices do IGP-M encontram-se em desaceleração.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por exemplo, fechou o mês com deflação de 0,06%, ante uma alta de 0,23% em agosto. Essa queda, de acordo com o economista da FGV, está atrelada à deflação de 1,04% do grupo Alimentação. Essa é a menor taxa desse grupo desde junho de 2006, que foi de 1,86%. As principais quedas foram apuradas nos preços do arroz (2,79%), feijão (7 19%) e óleo de soja (-4,99%).
Essas quedas, segundo Braz, deverão desaparecer com a diminuição da contribuição negativa da soja no atacado. As carnes também devem contribuir para o aumento da inflação daqui para frente por causa da entressafra de bois para corte. O INCC saiu de um aumento de 1,27% em agosto para uma alta menor, de 0,95%, em setembro. Para Braz, no entanto, o INCC ainda continua muito elevado.
Em 12 meses encerrados em setembro, o IGP-M acumula alta de 12 63%. Em agosto, o acumulado estava em 13,63%. É a segunda desaceleração consecutiva do IGP-M por esta comparação, de acordo com a FGV. Em julho, o IGP-M acumulado em 12 meses era de 15,12%.