Apesar do aumento do preço dos insumos do cacau, que subiram até 125% desde o começo do ano, a indústria de chocolate pretende movimentar cerca de R$ 480 milhões na páscoa de 2003 em todo Brasil. O cálculo é do Sindicado da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados – Sicab. O aumento dos insumos elevou o preço final dos ovos em cerca de 20%. Um repasse maior, segundo as indústrias, assustaria os clientes. “Tivemos de arcar com algum custo”, explica o diretor industrial da Barion, Roberto Barion.
A produção da fábrica deve ser de 6 milhões de unidades, praticamente a mesma de 2002. A empresa vende 80% de seus produtos para a Grande Curitiba. Em todo Brasil a produção estimada das indústrias é de 18 milhões de toneladas, segundo a Sicab. O número é semelhante ao do ano passado – 18, 6 milhões.
A alternativa ao aumento do insumos está nos pequenos volumes, de menor peso, conforme explica Antônio Salgado Filho, presidente da Siab. “Embora não haja aumento significativo de faturamento ou tonelagem, o mercado consumidor cresceu”. Apesar do relativo otimismo da indústria, o comércio ainda não está sentindo na prática os efeitos da páscoa.
Em um dos principais pontos de venda de Curitiba, as Lojas Americanas, a decoração ainda está sendo montada e o movimento está se fortalecendo lentamente. A expectativa da gerência regional é de que até o final dessa semana, o consumidor passe a procurar mais a loja. “Até a Páscoa serão comercializados cerca de 20 milhões de ovos e um total de 25 milhões de unidades de outros produtos. Isso é um aumento de 20% em relação ao ano passado. Para isso , a empresa se preparou a atender a mais de 1 milhão de clientes”, explica Roney Prestes, gerente de vendas das Lojas Americanas.
Clientes
Ainda que devagar, os clientes começam a procurar as lojas para as compras de páscoa. “Já estamos pesquisando, mas não vamos comprar já”, explicam as colegas Maristela Andrade e Bibiana Mendonça, ambas de 15 anos. Segundo elas, que estão pesquisando os preços de loja em loja, pagar um pouco mais caro por uma melhor qualidade vale a pena. “Eu vou pela marca e pelo brinde de vez em quando”, confessa Bibiana.
A aposentada Vilma Oliveira, 48 anos, acha que está pagando um pouco mais caro em relação ao ano passado, mas diz que o aumento é normal. “Algumas marcas são sempre mais caras”.