Se depender do economista Etsuro Honda, um dos principais assessores econômicos do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, o país não passará por um aumento de imposto sobre vendas nem tão cedo. Após o governo surpreender o mercado ao informar nesta segunda-feira que a economia do Japão recuou 1,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação anualizada, Honda disse que uma nova elevação do tributo está “fora de questão”.

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Em abril deste ano, o governo subiu a alíquota do imposto sobre vendas de 5% para 8%, o que gerou muita polêmica entre especialistas, já que o país passa por dificuldades no lado da demanda. Os analistas acreditam, inclusive, que os fracos desempenhos dos últimos trimestres, com queda registrada em ambos, é consequência dessa medida tributária.

Além disso, está programado para outubro do ano que vem um novo aumento do imposto, dessa vez para 10%, o que tem mexido com as expectativas do mercado, que especula fortemente a possibilidade de um adiamento da elevação.

“É absolutamente necessário tomar medidas preventivas”, disse Honda, que foi um dos principais opositores à mudança de imposto em abril passado. O especialista afirmou que o governo precisa montar um pacote fiscal feito dos “três pilares”, que incluem a redução do imposto de renda, redução dos prêmios de segurança social para os japoneses, e a adoção de programas de transferência de renda.

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Nos seus cálculos, tais medidas resultariam em um montante de 3 trilhões de ienes em investimentos. “Isso é o que é preciso para tirar a economia do Japão da deflação até o outono de 2016 e torná-lo pronto para mais um aumento de impostos de vendas em abril de 2017”, ele disse. Fonte: Dow Jones Newswires.