O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) subiu 1,13% na segunda quadrissemana de dezembro – a maior variação desde a segunda leitura de fevereiro de 2016 (1,18%) – mas já deve começar a mostrar alívio nas próximas divulgações, diz o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira.

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A aceleração do indicador foi puxada basicamente pelas carnes bovinas, que ficaram 21,13% mais caras e elevaram o grupo Alimentação à taxa de 3,27%, a terceira maior da série histórica do IPC, atrás apenas das duas primeiras quadrissemanas de junho de 2008. Segundo Moreira, no entanto, as proteínas parecem estar perto de atingir seu teto de inflação.

Na ponta, as carnes bovinas ainda apresentam alta de 24%, mas o pesquisador afirma que há sinais de uma desaceleração a partir da última semana do mês. “Nos frigoríficos, os preços já começam a ceder. É claro que isso vai demorar um pouco para ser repassado ao consumidor, porque os varejistas absorveram uma grande parte da alta, mas vamos ver algum alívio”, afirma.

Para a terceira quadrissemana, a expectativa ainda é de inflação no grupo de Alimentação, que pode chegar a 3,37% segundo as projeções da Fipe. Mesmo assim, essa classe de despesas já deve começar a mostrar alívio no fechamento do mês, para quando a instituição espera ver uma variação de 3,05%.

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Com isso, a Fipe espera que a inflação medida pelo IPC atinja 1,15% na próxima quadrissemana e 1,02% ao final do mês, deixando a taxa acumulada em 2019 próxima de 4,25%. Segundo Moreira, aproximadamente 0,46 ponto porcentual dessa inflação diz respeito ao choque de preços das carnes.

O pesquisador lembra que, apesar da pressão em 2019, no ano que vem é provável que seja observada uma devolução com efeito estatístico benéfico para o nível de preços. “Quando acontecer esse retorno das carnes para o patamar normal, podemos ter uma devolução entre 0,20 e 0,40 ponto porcentual”, avalia.

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