Após registrar em 2014 o menor crescimento em 24 anos, a economia chinesa começa 2015 com poucos motivos para esperar uma retomada, afirmam analistas. O Produto Interno Bruto (PIB) do país teve alta de 7,4% no ano passado, abaixo da meta de 7,5% estabelecida pelo governo. “Para o primeiro trimestre deste ano, a expectativa é de fraqueza, especialmente no mercado imobiliário e na indústria”, disse Haibin Zhu, economista do JPMorgan.
Larry Hu, do banco Mcquarie, tem a mesma avaliação e acrescenta que, “mesmo que o mercado imobiliário apresente uma modesta recuperação ao longo do ano, há um estoque elevado de propriedades em pequenas cidades do país, o que deve pesar sobre a atividade econômica”. Em 2014, as vendas de imóveis caíram 7,8% em relação a 2013. Nos primeiros três meses deste ano, o PIB deve desacelerar para avanço de 7,1%, estima o banco Nomura.
Essa desaceleração terá como consequência uma redução da meta de crescimento para 2015, provavelmente para 7%, aposta Zhang Fan, do CIMB. “Os líderes chineses estão dando mais importância para reformas estruturais do que para taxas de expansão. Então, um crescimento um pouco abaixo de 7,5% é considerado aceitável”, afirmou. “Os desafios de longo prazo da China são reduzir a participação do governo nos investimentos, acelerar o consumo e identificar novas fontes de expansão”, afirmou Zhu, do JPMorgan.
O crescimento chinês em 2014 foi o menor desde 1990, quando houve expansão de 3,8%. Além disso, é a primeira vez em 15 anos que o país cresce a uma taxa inferior à estabelecida pelo governo no início do ano.