O gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, minimizou a alta do faturamento observada em setembro, de 1,2% na comparação com agosto. Segundo ele, esse movimento ainda não indica uma reação. “Não caracteriza reação, mas pode ser sinal positivo à frente”, analisou, durante divulgação do estudo Indicadores Industriais.

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Castelo Branco ponderou que a ociosidade se acentuou em setembro. “Ou seja, o quadro, apesar da melhora do faturamento, não nos leva a crer em interrupção de queda da utilização da capacidade instalada”, observou. Ele argumentou ainda que esse aumento do faturamento pode ter ocorrido por um ajuste de estoques ou, eventualmente, ser um efeito das empresas que têm componentes de exportação mais significativos no seu faturamento.

“Com a melhora do câmbio (alta do dólar frente ao real), mesmo sem aumento físico das exportações, em reais, o valor das exportações termina se manifestando”, avaliou. Ele afirmou, no entanto, que ainda é preciso mais tempo e mais indicadores para confirmar o que de fato impulsionou o faturamento.

O executivo, ao avaliar as possibilidades para os próximos meses, foi pessimista. “No geral, o quadro continua sendo de dificuldades para o setor”, disse. “Não vai se fazer projetos novos se os atuais não tiverem rentabilidade suficiente. O dado do faturamento pelo menos levanta uma certa possibilidade de que a pior parte do momento esteja chegando ao fim”, argumentou.

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