A produção industrial nacional tem se sustentado principalmente com estímulos isolados, em vez de ganhar fôlego a partir de uma recuperação generalizada e consistente, afirmou o pesquisador Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A formação desse 0,4% (de aumento na produção nacional) é muito mais entendida por crescimento esporádico em algumas regiões do que por espalhamento”, disse.

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A produção industrial no Paraná, que cresceu 18,4% em fevereiro contra janeiro, ainda é influenciada por incentivos à compra de caminhões e bens de capital, com taxas de juros subsidiadas, explicou Lobo. “Foi uma questão de base mais baixa, pois em três meses até janeiro havia queda acumulada de 15,9%. Mas teve um incremento na produção de veículos automotores, com destaque para caminhões, que foi o que ajudou esse desempenho”, disse.

Na comparação com fevereiro de 2013, a produção no Paraná cresceu 17,7%, a taxa mais intensa desde dezembro de 2011 (23,8%) nesta comparação. A principal atividade foi, novamente, veículos automotores, com expansão de 59,6%, destacando-se caminhões, automóveis e tratores.

Outro exemplo de crescimento isolado é o Amazonas, onde a produção industrial cresceu 4,7% em fevereiro contra janeiro, e 15,0% contra fevereiro de 2013 (a maior desde outubro de 2011, quando aumentou 16,1% nesta comparação). A principal responsável por esses ganhos foi a indústria de televisores.

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“A questão dos televisores é fundamental para entender esse crescimento, e aí claramente tem um efeito de Copa do Mundo, que provoca aumento da produção nos meses anteriores ao evento”, explicou Lobo.

Apesar disso, São Paulo, que responde por aproximadamente 35% da produção do País, tem mostrado dificuldade maior em se recuperar das perdas do final do ano passado. É por isso que o pesquisador se mostra preocupado com a sustentação do crescimento da produção por eventos esporádicos. “O fôlego para a continuidade de produção e aquisição desses bens tem um prazo de validade que não sabemos qual é. Para um crescimento mais sustentado da economia e da produção, precisamos de um cenário mais consistente”, ponderou.

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