Alta da produção em 2010 até julho é recorde

A alta de 15% na produção industrial acumulada em 2010, até julho, foi a mais forte neste tipo de comparação da série histórica da Pesquisa de Produção Industrial Mensal – Produção Física Brasil, iniciada em 1991. A informação foi dada hoje pelo economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo.

Ele lembrou que os primeiros sete meses de 2010 mostram um cenário de recuperação, após o “tombo” sofrido pela indústria por conta da crise global, cujo período mais agudo foi iniciado em setembro de 2008. O mesmo não pode ser dito dos primeiros meses de 2009, que ainda mostravam os efeitos negativos da crise na atividade industrial. “Estamos comparando períodos muito diferentes. Um é o da recuperação da indústria este ano, com trajetória ascendente. E o outro foi afetado pela crise”, afirmou.

Segundo ele, uma das atividades que mais ajudaram a puxar para cima o desempenho ao longo do ano foi a de bens de capital (máquinas e equipamentos), cuja produção industrial acumula alta de 28,3% de janeiro a julho deste ano. “A produção industrial de bens intermediários também ajudou muito”, disse, ao informar que nesta categoria a produção acumula aumento de 16,4% no ano até o mês passado. Embora a taxa de crescimento tenha sido mais fraca que a apurada para bens de capital, o setor tem mais peso dentro da indústria geral e representa 55% do total da produção industrial brasileira.

Sinais de recuperação

A indústria brasileira mostrou em julho sinais de recuperação, após três meses em queda na comparação com mês anterior – embora as taxas de crescimento no nível de atividade operem em um ritmo mais lento que o observado nos primeiros meses do ano. A análise também foi feita por Macedo.

“Estamos iniciando este terceiro trimestre em ritmo de crescimento, embora seja um ritmo menos intenso do que o observado anteriormente”, afirmou. Ele reiterou que o aumento de 0,40% na produção industrial em julho ante junho foi o primeiro resultado positivo neste tipo de comparação (mês ante mês anterior) desde março. A partir de abril, a indústria brasileira mostrou quedas sucessivas: de 0,9% em abril, de 0,2% em maio e de 1,1% em junho. “A queda acumulada neste período de três meses foi de 2,2%”, acrescentou.

No entanto, Macedo admitiu que, ao se comparar as taxas de crescimento nos primeiros meses do ano, o ritmo de elevação na produção industrial em julho é mais fraco. Nos meses de janeiro, fevereiro e março a produção industrial mostrou taxas positivas de 1,2%, 1,4% e 3,4%, respectivamente, na comparação com mês anterior. O aumento acumulado na produção industrial do período somou cerca de 6%. “Mesmo assim, é um sinal positivo que, em julho, o setor industrial tenha revertido aquela sequência de resultados negativos”, afirmou.

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