Alta da carne pressiona custo da cesta básica em Curitiba

A alta de 10,51% no preço da carne bovina pressionou o custo da cesta básica em Curitiba em junho.

É o que mostra a pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Conforme o levantamento, os preços dos alimentos subiram, em média, 3,10% no mês passado – o quarto aumento consecutivo. Desde o início do ano, os alimentos acumulam alta de 21,55% na capital paranaense. Nos últimos 12 meses, a variação é ainda maior: alta de 33,13%.

Com exceção de fevereiro -quando os alimentos tiveram redução de 0,64% nos preços -, desde agosto de 2007 a cesta básica em Curitiba só vem subindo. Nesse período, os alimentos ficaram 35,58% mais caros.

Em junho, oito dos 13 itens da cesta tiveram aumento de preço. O destaque ficou por conta da carne bovina, que ficou 10,51% mais cara. ?A alta da carne foi determinante no resultado da cesta básica?, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR.

Segundo ele, caso o preço da carne tivesse permanecido estável, ao invés de aumento, a cesta básica teria registrado queda de 0,40%. Nos últimos três meses, o quilo do coxão mole já subiu 18,94%, passando de R$ 10,31, em média, para R$ 12,31. O aumento da cotação internacional, a baixa oferta de animais para abate e o clima são os principais fatores que estão pressionando o preço da carne.

Com alta de 22,10%, o arroz foi o item que mais subiu na capital paranaense. Silva lembrou que produto vem com tendência de alta: em fevereiro, o quilo custava, em média, R$ 1,55 e, em junho, fechou a R$ 2,21 – ou seja, aumento de 42,58%. ?Houve atraso no plantio, em função da estiagem. Além disso, há escassez do produto principalmente na Ásia, o que está pressionando o preço?, comentou.

Na outra ponta, a banana teve queda de 21,52%. O óleo de soja, com redução de 8,55%, também ajudou a segurar o custo da cesta básica. Assim como a banana, o óleo de soja continua em patamar elevado, destacou Sandro Silva. É que entre agosto do ano passado e abril desse ano, o óleo de soja subiu 72%, passando de R$ 1,90 para R$ 3,27. Em junho, fechou com o preço médio de 2,94.

Para julho, acredita o economista, a tendência é que os preços dos alimentos continuem subindo. ?Vai depender muito do preço da carne?, apontou. Segundo ele, vários produtos estão no final da safra ou no período da entressafra – caso do tomate, da batata, além do arroz, feijão, leite, café e soja.

Custo

Em Curitiba, a cesta básica fechou o mês de junho custando R$ 227,58. Para uma família composta por um casal e dois filhos, a alimentação custou R$ 682,74. Na comparação com outras capitais, Curitiba apresentou a sétima cesta mais cara do País – a mais elevada foi a de Porto Alegre (R$ 246,72) e a menor foi a de Salvador (R$ 185,53).

Quanto à variação, 14 das 16 capitais pesquisadas registraram aumento nos preços dos alimentos em junho. Goiânia apresentou a maior alta (10,64%), enquanto Fortaleza e Vitória tiveram quedas de 0,35% e 1,13%, respectivamente. Curitiba, com aumento de 3,10%, ficou na 11.ª posição.

O Dieese defende que o salário mínimo brasileiro deveria ser R$ 2.072,70.

Produtos de higiene e limpeza tiveram queda de 0,04%

Ao contrário dos alimentos, os produtos de higiene e limpeza registraram em junho queda de 0,04% nos preços, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Dieese-PR em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).

A queda de 0,34% nos preços dos produtos de limpeza foi influenciada principalmente pela esponja de louça (com redução de 11,60%) e pelo desinfetante (-5,27%). O grupo registrou queda nos preços, apesar da alta de 2,79% no sabão em barra.

Entre os produtos de higiene, houve alta de 0,16%, com destaque para o aumento no preço do sabonete (4,65%), do desodorante (6,68%) e do condicionador (3,62%). As principais quedas observadas neste grupo foram do absorvente (-10,35%) e do papel higiênico (-1,90%).

De janeiro a junho, os artigos de limpeza acumulam alta de 3,66% nos preços, enquanto os de higiene, alta de 6,02%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 4,11% no caso dos produtos de limpeza e de 3,18% entre os artigos de higiene.

Apesar das elevações, o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, destacou que estão abaixo da inflação. ?O INPC (índice de inflação utilizado geralmente em reajustes salariais) acumulado de 12 meses, até maio, é de 6,64%?, afirmou, lembrando que os alimentos foram responsáveis por 70% do índice.

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