O Natal de 2016 nos shoppings foi o mais fraco da história recente acompanhada pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). A entidade, que monitora dados do setor desde 2004, considera que nunca teve um resultado de queda nominal de vendas tão acentuado como o de 2016, quando as vendas caíram 3% na comparação com igual período do ano anterior. A expectativa, porém, é de um 2017 mais positivo.

continua após a publicidade

Em 2014, as vendas de Natal haviam crescido 3% ante o ano anterior e, em 2015, a queda foi de 2,8%.

continua após a publicidade

“É o pior Natal desde que acompanhamos os resultados, mesmo diante de uma base fraca em 2015”, afirmou o presidente da entidade, Nabil Sahyoun. Tradicionalmente, o Natal permitia que as lojas registrassem aumento de vendas superior ao crescimento da economia naquele ano, diz, mas os últimos dois anos foram de enfraquecimento da data.

continua após a publicidade

Os números da Alshop não consideram a inflação do período. Em termos reais, a queda seria ainda maior, dada a inflação de 6,58% acumulada em doze meses até dezembro, segundo o IPCA-15.

Apesar de ruim, Sahyoun considera que o resultado fraco era esperado pelo varejo. O cenário político instável desse ano, somado a uma oferta de crédito restrita e alta do desemprego fizeram com que o empresariado já se preparasse para o pior, pondera.

Para 2017, porém, ele enxerga uma “retomada da confiança” dos empresários e um desempenho melhor das vendas. Ele citou ações recém-anunciadas pelo governo federal como responsáveis por melhorar o otimismo do setor.

Sahyoun considera que as perspectivas de redução da taxa básica de juros, Selic, e das taxas de juros no cartão de crédito para consumidores devem estimular as vendas. Ele avaliou ainda que a possibilidade anunciada de saques em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve servir de estímulo à uma melhoria do sentimento das famílias e, com isso, impulsionar o consumo.

Cartões

A Alshop espera que estudos sobre medidas tratadas pelo governo a respeito do setor de cartões sejam concluídos e as medidas implementadas até o final do primeiro trimestre de 2017. A associação considera ainda que deve avançar a redução dos prazos de repasse aos lojistas dos recebíveis no cartão de crédito.

O presidente da entidade se mostrou otimista com iniciativas que foram anunciadas nas últimas semanas pelo governo federal e miram a redução das taxas de juros cobradas dos consumidores no cartão de crédito. Embora ainda esteja sendo discutida com o setor de cartões, a redução no prazo dos repasses foi considerada “irreversível” pelo presidente da Alshop.