Produtores do setor sucroalcooleiro do noroeste do Paraná vivem a expectativa de contar com mais uma via de escoamento de suas produções. Isso graças a um estudo realizado pela América Latina Logística (ALL), que está avaliando a viabilidade de reativação da ferrovia que liga Maringá a Cianorte, que não vem sendo utilizada há 20 anos.

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De acordo com a ALL, a intenção do estudo é, além de verificar o que é preciso ser feito para reativar a ferrovia, confirmar se o trecho, de cerca de 90 quilômetros, é economicamente viável para a economia da região.

De acordo com o gerente da Unidade de Produção Norte do Paraná da ALL, Pablo Pasccuttini, para receber os trens atualmente utilizados pela ALL, o trecho deverá ter os trilhos trocados em toda a sua extensão.

Segundo o Pasccuttini, as linhas férreas em operação contam com trilhos de 45 quilos por metro, enquanto que a linha Maringá-Cianorte possui trilhos de 32 e 37 quilos por metro. Além dos trilhos, a ALL também deverá trocar os equipamentos utilizados para a reposição dos trilhos, além de readequar a sinalização.

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Recursos

No entanto, o gerente não deixou claro de onde deverão vir os recursos que serão usados para deixar o trecho apto para escoar a produção daquela região. “Isso vai depender de parcerias entre a iniciativa privada e os setores públicos. Imaginamos os próprios usineiros, que são os maiores interessados na reativação da ferrovia”, afirma.

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O diretor do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Nilson Hanke, vê a reativação do trecho como fator positivo para a economia do Estado.

“É inconcebível que exista uma ferrovia que não seja usada, ainda mais num País como o nosso, onde a estrutura de logística é fundamental para o desenvolvimento econômico”, diz.

Para Hanke, uma das prioridades de logística do Estado deveria ser o trecho Jussara-Campo Mourão, com cerca de 100 quilômetros. Segundo ele, Jussara fica a uma curta distância da ferrovia estudada pela ALL e poderia ser integrada ao trecho Maringá-Cianorte.

Quanto a essa idéia, o gerente da ALL afirma existir a possibilidade. “Tudo vai depender se a demanda é suficiente para significar economia para a logística dos produtores da região e de seus importadores”, diz.

Para o representante do setor sucroalcooleiro no Conselho Estadual de Política e desenvolvimento Industrial (Cepdi), Ricardo Resende, as ótimas safras que se sucedem a cada ano no Estado sobrecarregam as ferrovias.

Segundo Resende, que foi quem solicitou o estudo para a ALL, poderão ser escoados 1 milhão de toneladas de açúcar, além de 600 a 800 milhões de litros de álcool, por ano.

“Isso é metade do que é produzido pela região. Levamos um estudo para a ALL, mostrando que a produção é grande”, afirma. Resende ressalta que a reativação do trecho pode beneficiar 12 usinas no Paraná, fora as do Mato Grosso do Sul.