A queda nos preços dos alimentos in natura foi o fator que predominou para a desaceleração do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em agosto, tanto no atacado quanto no varejo, afirmou nesta sexta-feira, 4, Salomão Quadros, superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV). Mas o peso desse grupo deve diminuir em setembro, uma vez que o ritmo de redução nos preços será mais tímido.

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“Esse efeito está um pouco tardio, costuma ocorrer em junho. Há defasagem grande, mas ele chegou”, disse Quadros. “Mas as quedas em setembro já não serão tão fortes.”

No mês passado, o IGP-DI desacelerou a 0,40%, de 0,58% em julho. O alívio só não foi maior porque o câmbio continua exercendo certa pressão sobre os preços – embora os empresários não estejam encontrando espaço para repassar o custo adiante, em função da baixa atividade econômica.

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“A influência do dólar está andando bem devagar. Ele pode estar sendo inibido pela recessão, não há condição de repasse nem no início da cadeia produtiva”, afirmou o superintendente.

Em agosto, os materiais para a manufatura (grupo que serve como espécie de termômetro da influência do dólar sobre os preços) subiram 1,00%, contra elevação de 0,87% no mês anterior, a despeito da grande desvalorização do real ante a moeda americana. “Acredito em um ciclo mais brando de repasses”, avalia Quadros.

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