O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que, entre as medidas para compensar o fim da CPMF está a elevação em 0,38 ponto porcentual da alíquota do IOF incidente sobre as operações de crédito para pessoa física e pessoa jurídica. Ele explicou que o IOF incide de maneira diferenciada sobre as modalidades de crédito e, assim, para cada operação específica será adicionado 0,38% – que era a alíquota vigente para a CPMF. Então, se uma operação estava com a alíquota zero de IOF passa para 0,38%. Se estava com 1% de alíquota sobe para 1,38%.
Mantega informou que também serão acrescidos de 0,38 ponto às operações de câmbio e também às operações de seguros. "É como substituir seis por meia dúzia", disse, em referência ao acréscimo no IOF ser na mesma proporção da CPMF. Ele destacou que o universo atingido pela medida é muito menor do que os que pagavam CPMF. A medida atingirá cerca de 25% dos operações que antes eram tributadas pela CPMF.
Corte de despesas
Mantega anunciou também que o governo federal realizará um corte de despesas da ordem de R$ 20 bilhões para compensar a arrecadação perdida com o fim da CPMF. Segundo Mantega, a medida atingirá os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). "Todo mundo vai ter de apertar o cindo", disse.
Mantega explicou que serão reduzidas as despesas correntes (custeio), mas também serão atingidos investimentos. O corte de verbas, de acordo com Mantega, será detalhado apenas em fevereiro, após a aprovação do Orçamento. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que a decisão de cortar as despesas DOP governo federal foi "acatada" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Mantega e Bernardo estavam reunidos antes da entrevista.