Alimentos pressionaram a cesta básica

O preço dos alimentos iniciou o ano com alta de 1,38% em Curitiba, depois de encerrar 2006 com queda média de 0,43%. O tomate, o leite e o óleo de soja foram os itens que mais pressionaram o custo da cesta básica do curitibano no mês passado. Com o resultado de janeiro, a cesta acumula alta de 4,37% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).  

?O preço dos alimentos está crescendo acima da inflação?, observou o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Para janeiro, a expectativa é que o IPCA – índice utilizado pelo governo como meta de inflação – feche em 0,40%. A divulgação do IPCA será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima sexta-feira.

Com aumento de 30,38%, o tomate foi o item que mais subiu em Curitiba, devido a problemas climáticos e conseqüente redução da oferta. Em seguida, aparecem o leite (alta de 12,73%) e o óleo de soja (7,49%). ?No caso do leite, houve aumento da margem de lucro. Já o óleo de soja sofreu a variação das commodities no mercado internacional?, analisou o economista. Outro item que sofreu efeito da alta no mercado internacional foi a farinha de trigo, com aumento de 2,35%. Também a manteiga pesou mais no bolso do consumidor (0,66% de aumento).

Na ponta contrária, registraram queda no preço a batata (-5,00%), devido à supersafra, o açúcar (-3,92%), o feijão (-3,51%), a banana (-3,50%), o café (-2,96%) e a carne (-2,95%). ?A queda do preço da carne já era esperada?, comentou Cordeiro, lembrando que se trata de um movimento sazonal. ?Em dezembro, o aumento do consumo eleva o preço da carne, que não se sustenta em janeiro?, explicou. Já os preços do arroz e do pão permaneceram inalterados.

Custo supera R$ 170

O custo da cesta básica encerrou janeiro a R$ 170,29 em Curitiba – a sétima mais cara do País, entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. A cesta mais cara foi verificada em Porto Alegre (R$ 186,26) e a mais barata em Fortaleza (R$ 128,38). Para uma família curitibana composta por um casal e duas crianças, o custo com alimentação foi de aproximadamente R$ 510,87. Com isso, o Dieese defende que o salário mínimo deveria ser de R$ 1.565,61, para suprir necessidades vitais básicas como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, conforme prevê a lei que criou o salário mínimo.

Com relação à variação, das 16 capitais pesquisadas, apenas duas registraram deflação da cesta em janeiro: Fortaleza (-3,57%) e Natal (-2,14%). Curitiba ficou na 11.ª posição, com alta de 1,38%. A maior variação positiva ocorreu em Vitória (6,84%).

Fevereiro

Para fevereiro, a expectativa é que os preços dos alimentos voltem a subir, porém num patamar menor que o de janeiro. ?O óleo de soja deve continuar subindo com o repasse do aumento internacional. Além disso, a carne deve registrar leve aumento, assim como o feijão, que teve queda acentuada em janeiro mas deve reagir em fevereiro?, acredita o economista. A alta da cesta básica, porém, ainda não é motivo de preocupação, segundo Cid Cordeiro. ?Como a cesta encerrou o ano de 2006 com queda, há uma margem para subir em 2007?, arrematou.

Higiene e limpeza também subiram

Além dos alimentos, outro grupo que pressionou a inflação em janeiro foi o de limpeza e higiene, com alta de 1,72% em Curitiba. Entre os produtos de higiene, que registraram aumento médio de 2,54%, os itens que mais subiram foram sabonete (6,53%), papel higiênico (3,71%) e absorvente (7,05%). O desodorante (com queda de 7,43%) não conseguiu deter a alta do grupo.

Já entre os itens de limpeza, que tiveram aumento médio de 0,54%, os destaques ficaram por conta da cera de assoalho e esponja de louça, que subiram 6,42% e 5,88%, respectivamente.

Para o economista Cid Cordeiro, do Dieese-PR, o aumento de preços no grupo higiene e limpeza não se justifica. ?Não há nada que justifique este aumento. Acredito que a indústria esteja aproveitando a virada do ano para aumentar a margem de lucro?, apontou. ?São preços que não têm aspecto regional, mas nacional.?

Paralelamente a esta pesquisa, o Dieese-PR observa a variação de preços entre um estabelecimento e outro. As maiores variações foram observadas no balde de oito litros (193,83%), com o preço mínimo de R$ 4,05 e o máximo de R$ 11,90; pano de chão (112,34%), encontrado entre R$ 2,35 e R$ 4,99; e sapólio líquido (101,06%), entre R$ 2,83 e R$ 5,69. A pesquisa é realizada mensalmente pelo Dieese-PR, em parceria com a Feaconspar (Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná).

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