Os preços dos alimentos in natura, uma das principais pressões da inflação ao consumidor no primeiro trimestre, já começaram a ceder nas leituras no atacado. Na primeira prévia de abril do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgada mais cedo nesta quarta-feira, 10, pela Fundação de Getulio Vargas (FGV), os alimentos in natura no atacado registraram queda de 1,32%, ante uma alta de 10,36% na primeira prévia de março.
Segundo o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, André Braz, o dado indica que a inflação ao consumidor do primeiro foi concentrada em alimentos in natura e em combustíveis, sem movimentos permanentes.
“Toda essa parte da alimentação in natura já começou a aliviar. Isso vai chegar no consumidor com certeza”, afirmou Braz.
Segundo Braz, o processo de alívio identificado na primeira prévia de abril do IGP-M atinge até mesmo os “vilões” da inflação de alimentos de março. Desaceleraram no IPA-M, que mede os preços no atacado, a batata-inglesa (de 4,99% na leitura da primeira prévia de março para -9,82% na primeira prévia de abril), o tomate (de 32,64% para 16,57%) e o feijão carioca (de 7,25% para -9,52%).
IPCA
A surpresa com a alta de 0,75% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março, divulgado também nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se deveu aos alimentos in natura, na visão de Braz.
A leitura de março do IPCA veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,55% a 0,67%, com mediana positiva de 0,63%.
Os pesquisadores da FGV projetavam 0,62%, informou Braz, mas o “erro” foi todo concentrado nos alimentos. A entidade esperava alta de 1,3% na alimentação no domicílio, mas o item veio com avanço de 2,07%.