Nem batata, nem tomate. Em agosto, o vilão dos preços da cesta básica em Curitiba foi a banana, que ao contrário de julho quando teve queda de 16,95%, em agosto registrou aumento de 11,77%.
Junto com o pão, que teve reajuste de 2,50%, foram os dois produtos que impediram que Curitiba tivesse uma deflação ainda maior no mês, que registrou queda de -0,71%. Com esse percentual, a capital paranaense acumula alta de 1,28% nos preços da cesta básica neste ano e de 1,47% no acumulado de doze meses.
O custo da ração alimentar essencial mínima para uma família curitibana (casal e duas crianças) foi de R$ 643,71, em agosto, o correspondente a 1,26 salários mínimos apenas para satisfazer as necessidades do trabalhador e sua família com alimentação.
Para um trabalhador, essa ração essencial mínima teve custo de R$ 214,57, custo diário de R$ 7,15. Das 220 horas trabalhadas, são gastas 92h34 apenas para comprar o necessário para comer.
Não fosse os aumentos expressivos de preços dos produtos da cesta básica em março (7,28%) e abril (3,20%), o percentual acumulado dos produtos estaria apontando deflação.
Porém, problemas climáticos dos primeiros meses do ano elevaram os preços da batata e do tomate, principalmente, fazendo com que nos oito meses do ano o percentual médio da capital paranaense ficasse nos 1,28% registrados atualmente.
À exemplo de Curitiba, o valor médio da cesta básica diminuiu em agosto, na comparação com julho, em 16 das 17 capitais do País pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A única exceção foi Porto Alegre, onde foi registrado aumento de 1,36%, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
As quedas mais expressivas foram registradas nas capitais do Norte-Nordeste, lideradas por Natal (-6,39%) e Recife (-6,28%). As quedas menos significativas ocorreram em Florianópolis (-0,08%), Goiânia (-0,49%), Rio de Janeiro (-0,57%) e Curitiba (-0,71%). Em São Paulo, o valor da cesta básica recuou 1,56% entre julho e agosto e em Brasília a queda registrada no período foi de 3,25%.
No acumulado entre janeiro e agosto deste ano, quatro localidades acumulam queda no valor da cesta básica. São elas: Brasília (-3,71%), Rio de Janeiro (-0,69%), Vitória (-0,52%) e Belo Horizonte (-0,07%).
Por outro lado, os maiores aumentos no período foram observados em Goiânia (12,08%), Recife (9,87%) e João Pessoa (7,43%). Em São Paulo, a alta acumulada no ano é de 3,27%.
Já nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o valor da cesta básica acumula redução em três capitais: Vitória (-2,30%), Brasília (-1,51%) e Rio de Janeiro (-0,87%).
A lista das maiores elevações acumuladas nesse intervalo foi encabeçada por Goiânia (8,79%), seguida por São Paulo (4,41%), Aracaju (4,11%) e Manaus (3,84%).
O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Em julho ante junho, o levantamento havia apontado queda de preços em 16 das 17 cidades pesquisadas – a única elevação, de 0,05%, havia sido registrada em Belém.