Alimentos encarecem 6,37% em Curitiba

O valor da cesta básica em Curitiba registrou um aumento de 6,37% no mês de abril, a maior alta deste ano. De janeiro a abril o acréscimo já chega a 11,91%.

A situação é generalizada no Brasil. Em todas as capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) os alimentos básicos tiveram alta nos preços.

Em Curitiba foi a 4.ª maior alta no mês de abril desde 1995. Pelo segundo mês seguido, o grande vilão da cesta na capital paranaense foi o tomate, cujo aumento foi de 34,85%. Em segundo lugar no ?ranking? ficou a farinha de trigo, com 17,52% de aumento.

Dos 13 produtos pesquisados pelo Dieese, 11 apresentaram aumento de preços em Curitiba, o que não foi diferente nas outras cidades do país. Os únicos produtos que tiveram queda nos preços foram a manteiga (-0,81%) e o açúcar (-4,67%). Alimentos que deveriam registrar queda nos preços no início do ano, como o óleo, o tomate, o arroz e o feijão, por exemplo, só têm aumentado. O economista do Dieese Sandro Silva explica que alguns fatores têm influenciado nessa situação atípica, como o clima (tem chovido mais do que no ano passado), a alta nos insumos (o que aumenta o custo da produção) e, ainda, o aumento no consumo, que faz com que os preços aumentem.

A explicação para o tomate aumentar tanto de preço nos últimos meses (passou de R$ 1,37 o quilo, em fevereiro, para R$ 2,67, em abril) é o período de final de safra e o clima, pois a queda na temperatura e as chuvas afetaram o final da colheita.

Já com relação ao trigo, aliado ao período de entresafra, outros fatores também influenciaram na alta, segundo o economista, como o aumento na carga tributária na Argentina (principal fornecedor de trigo para o Brasil).

A alta no trigo influencia diretamente no preço do pãozinho, por exemplo. Em abril, o produto teve alta de 5,42%, seguindo uma tendência que iniciou em outubro do ano passado. Segundo o Dieese, de lá para cá, o preço do pãozinho subiu 14,20% em Curitiba, 9,30% só nos últimos dois meses.

O óleo de soja, por sua vez, que teve alta de 10,73% em abril, tem explicações no consumo. Segundo Silva, com o aumento do poder aquisitivo, o brasileiro passou a consumir mais e a produção não aumentou no mesmo patamar.

Com relação às 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, Curitiba registrou a 6.ª maior alta na cesta básica do mês de abril. O maior aumento foi verificado em Fortaleza (7,84%), seguido por Belo Horizonte (6,95%) e Brasília (6,67%). A menor alta foi em São Paulo (1,73%) e depois Goiânia (1,97%).

Limpeza e Higiene

Os produtos de limpeza e higiene apresentaram aumento de preço de 2,42% em abril, em Curitiba. No caso dos itens de limpeza, o destaque ficou com as altas no sabão em barra (10,86%), com a cera para assoalho (10,98%) e com o sabão em pó (1,28%). Já com relação aos produtos de higiene, os maiores aumentos registrados foram no sabonete (6,15%), no papel higiênico (2,26%) e no desodorante (8,77%).

Mínimo ideal seria de R$ 1.918

O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família deveria ter sido de R$ 1.918,12 em abril, conforme calculou o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no preço apurado da cesta básica no mês. De acordo com a entidade, o valor representa 4,62 vezes o piso em vigor, que é de R$ 415,00. O Dieese fez os cálculos com base na cesta básica registrada em Belo Horizonte, a mais cara do levantamento, de R$ 228,32.

O resultado representa um avanço na comparação com março, quando o salário mínimo ideal era de R$ 1.881,32 – 4,53 vezes o piso. O valor também é maior do que o registrado em abril do ano passado de R$ 1.672,56, o que correspondia a 4,40 vezes o salário mínimo vigente na época, de R$ 380.

O Dieese chamou atenção para o fato de que o ?grande aumento? da cesta básica em termos anuais foi muito superior à revisão do salário mínimo. No período de 12 meses até abril, a cesta básica de Belo Horizonte acumulou alta de 29,79% – o maior avanço apresentado no levantamento.

Isso implicou a necessidade de uma maior jornada de trabalho para a aquisição de uma cesta básica.

Segundo o Dieese, o empregado que recebe um salário mínimo teve de trabalhar 106 horas e 57 minutos para comprar uma cesta. Este resultado é superior ao verificado em março, quando eram necessárias 102 horas e 16 minutos, e também ao registrado em abril de 2007, quando eram necessárias 96 horas e 7 minutos.

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