Os consumidores brasileiros voltaram a ter o bolso pressionado por preços de alimentos no mês de outubro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Os reajustes na gasolina, no gás de botijão e em tarifas de ônibus também contribuíram para a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no âmbito do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10).
O IPC-10 saiu de uma alta de 0,15% em setembro para um avanço de 0,59% neste mês, influenciado por cinco das oito classes de despesa pesquisadas pela instituição. O destaque foi o grupo Alimentação, que avançou 0,58% após uma queda de 0,33% no mês passado.
As hortaliças e legumes continuaram ficando mais baratas em outubro (-7,18%), mas num ritmo menor do que no mês anterior (-12,14%), o que provocou a aceleração. Além disso, as refeições em bares e restaurantes subiram 0,61% neste mês, contra 0,36% em setembro.
Os reajustes de administrados, por sua vez, pesaram sobre os grupos Habitação (0,33% para 0,67%) e Transportes (0,36% para 0,75%). Nas despesas com o lar, os brasileiros tiveram de gastar mais com o gás de botijão, que avançou 10,90% em outubro, ainda reflexo do reajuste de 15% nas refinarias no início de setembro. Já no caso dos transportes, foram duas as principais pressões: tarifa de ônibus urbano (0,94% para 1,42%) e gasolina (0,45% para 1,10%).
Além disso, aceleraram na passagem do mês os grupos Vestuário (-0,14% para 0,73%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para 0,47%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens roupas (-0,21% para 0,76%) e passagem aérea (0,42% para 9,10%), respectivamente.
No sentido contrário, perderam força os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,65% para 0,52%), Comunicação (0,36% para 0,19%) e Despesas Diversas (0,21% para 0,08%). Nestas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens artigos de higiene e cuidado pessoal (1,13% para 0,33%), pacotes de telefonia fixa e internet (0,37% para 0,01%) e alimentos para animais domésticos (1,39% para -0,07%), respectivamente.
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,23% em outubro, menos do que a alta de 0,36% verificada no mês anterior. O comportamento foi determinado pelo custo da mão de obra (0,40% para 0,00%), já que o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços acelerou de 0,32% para 0,50% no período.