No Rio de Janeiro, os produtos desviados em assaltos a caminhões são oferecidos ao consumidor nas ruas, no transporte público ou em estabelecimentos que se arriscam a repassar o produto obtido de forma ilegal. Alimentos, roupas, brinquedos e até jogos de lençóis estão entre os itens ofertados a preços irrisórios, quando comparados aos cobrados pelo varejo formal, que embute custos de produção, frete e impostos.
Diante da enxurrada de itens roubados do varejo, as autoridades tentam inibir a prática. A Secretaria de Estado de Transportes publicou no Diário Oficial da última sexta-feira uma resolução que autoriza agentes de segurança de concessionárias de trem e Metrô a confiscar mercadorias e equipamentos de ambulantes que estejam atuando no transporte público.
O decreto prevê que o material apreendido seja registrado e entregue às autoridades públicas competentes. “Segundo o secretário de Transportes, Rodrigo Vieira, além de coibir a venda de produtos dentro dos trens, o objetivo é preservar a segurança dos passageiros”, diz a nota oficial distribuída pela secretaria de Transportes.
Na última quinta-feira, cem agentes de segurança foram mobilizados em uma operação da Polícia Civil contra o roubo e a receptação de cargas roubadas no Rio. Quinze pessoas foram presas, entre comerciantes e intermediários.
As investigações apontaram que os roubos eram combinados por WhatsApp. Os comerciantes “encomendavam” as mercadorias, e os assaltantes se encarregavam de conseguir a carga desejada. Carne e cerveja eram os itens mais procurados, mas eletrônicos e itens de vestuário também estavam na mira dos criminosos. Os suspeitos pagavam uma espécie de pedágio a traficantes para que tivessem autorização de atacar os caminhões que transportavam as mercadorias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.