IPCA-15

Alimento ainda pressiona a inflação em Curitiba

Depois de uma alta de 0,70% em março, o Índice de Preços ao Consumidor – 15 (IPCA-15) de abril fechou, em Curitiba e Região Metropolitana, em 0,10% e foi o menor registrado nas 11 capitais pesquisadas. O indicador, que funciona como uma prévia da inflação de cada mês, foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a última medição, o índice acumulado em 2010, na capital paranaense, está em 1,76%. A taxa curitibana nos quatro primeiros meses do ano é a terceira menor entre as capitais, e está bem abaixo da nacional, de 2,51%. A média do País, em abril, ficou em 0,48%.

Segundo o relatório do IBGE, a baixa variação de preços em abril, em Curitiba, foi puxada principalmente por fortes quedas na gasolina (-5,07%) e no etanol (-18,91%), durante o período pesquisado. O levantamento de preços aconteceu entre os dias 16 de março e 13 de abril. Os valores dos produtos foram comparados com os vigentes entre 11 de fevereiro e 15 de março.

Apesar da recente alta nos preços dos combustíveis, a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente à semana passada, ainda mostra médias inferiores às de fevereiro, quando o litro do etanol valia R$ 1,886 e da gasolina, R$ 2,537, em média, na capital. Os últimos valores levantados foram de R$ 1,409 para o biocombustível e R$ 2,355, para o derivado do petróleo.

Com a queda no período pesquisado, os combustíveis também puxaram para baixo o índice dos transportes, que ficou em -2,76% e foi o mais baixo entre os grupos de produtos incluídos no levantamento. No acumulado de 2010, o grupo também tem a menor taxa: -2,68%. As médias nacionais ficaram em -0,71% no mês e 1,61% no acumulado do ano.

Alimentos

Por outro lado, os produtos alimentícios foram os que mais influenciaram na alta do IPCA-15 de abril, com aumento médio de 2,16%. No ano, o grupo já teve 5,66% de inflação. As médias em Curitiba são maiores que as nacionais, de 1,71% em abril e 4,79% no primeiro quadrimestre de 2010.

Se considerado apenas o índice da alimentação em domicílio, as taxas curitibanas são ainda maiores: 3,06% em abril e 7,47% em 2010, contra médias nacionais de 2,31% e 5,95%, respectivamente. Os itens que mais aumentaram no período pesquisado, em Curitiba, foram o tomate (28,08%), a cebola (24,64%), o repolho (21,27%), a couve-flor (20,50%) e a batata (20,11%). O IBGE também destacou o leite pasteurizado, que subiu 13,09% na capital paranaense. No País, o item aumentou menos (9,63%), mas mesmo assim teve a maior contribuição individual no índice do mês.

Estabilidade

No IPCA-15 acumulado do ano, o grupo com a maior alta, em Curitiba, ainda é o de educação (6,19%), graças aos reajustes nas matrículas no início do ano. O índice nacional, nesse conjunto de produtos e serviços, é de 5,53%. Mas os preços no grupo, em abril, já não tiveram variação nenhuma em Curitiba, e próxima de zero (0,08%) na média do País.

Além da baixa nos transportes, outro grupo onde os preços baratearam, em Curitiba, foi o de habitação. A redução, no entanto, foi pequena: -0,04%. Os outros grupos tiveram altas: vestuário ficou com 1,03%, despesas pessoais com 0,87% e artigos de residência com 0,85%. Saúde e cuidados pessoais (0,55%) e comunicação (0,11%) também passaram por aumentos.