O recuo mais intenso do grupo Alimentação entre a primeira e a segunda quadrissemanas de julho (últimos 30 dias terminados na terça-feira) motivou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a alterar a expectativa do indicador que mede a inflação na capital paulista para o fechamento de julho. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 17, pelo gerente Técnico de Pesquisas do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Moacir Mokem Yabiku. A expectativa é que o IPC termine o mês com alta de 0,18% – 0,08 ponto porcentual menor que a previsão inicial de 0,26%. “Alimentação teve queda de 0,49% e esperávamos baixa de 0,35%. Isso levou à revisão”, argumentou.

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A alta de 0,04% do IPC na segunda pesquisa do mês também surpreendeu a Fipe, que esperava uma variação de 0,08%. O resultado ainda veio menor que o piso das expectativas do levantamento do AE Projeções, de 0,07%. O teto tinha como taxa 0,30% e mediana de 0,15%.

O técnico da Fipe salientou que todos os componentes do conjunto de preços de Alimentação motivaram a queda do grupo. O subgrupo dos industrializados saiu de elevação de 1,03% na primeira leitura para 0,63% na seguinte; os semielaborados passaram de baixa de 0,09% para recuo de 0,11%; e os in natura, de retração de 5,41% para declínio de 5,39%. Neste último subgrupo, Yabiku, citou como exemplo o recuo de 10,97% dos tubérculos, enquanto a previsão da Fipe era de -7,82%. Já as verduras cederam 6,23% ante projeção de queda de 4,80%.

“Provavelmente a demanda está mais fraca. Na Copa, o comércio já ficou menos aquecido que o esperado”, avaliou, acrescentando que a batata e o tomate foram os que tiveram as maiores influências negativas no resultado do IPC da segunda quadrissemana, ao registrarem, pela ordem, quedas de 20,82% e 20,37%.

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Se a estimativa de 0,18% para o IPC de julho for confirmada, o dado acumulado em 12 meses atingirá 5,40%. Esta taxa está bem próxima da expectativa da Fipe de 5,50% para o IPC fechado de 2014. Como cogitado na semana passada pelo coordenador do índice, o economista André Chagas, tal previsão deve ser reduzida no final deste mês, dada a expectativa de moderação dos preços livres.

“A grande diferença se dará entre os preços livres e os administrados. No segundo semestre de 2013, os livres subiram, o que não se deve verificar este ano. Já o comportamento dos administrados deve ser o inverso. Não sabemos como irão se comportar até as eleições e após este período”, disse o técnico da Fipe.

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