Plantação de algodão: perigo de polinização cruzada. |
A fiscalização do Ministério da Agricultura encontrou a presença de organismos geneticamente modificados em amostras de algodão coletadas em três propriedades distintas na região sudeste do estado de Mato Grosso. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que esse incidente é um problema técnico mais sério do que a soja transgênica, porque há a possibilidade de polinização cruzada por insetos com o algodão convencional e espécies silvestres nativas.
Rodrigues determinou a destruição de todas lavouras clandestinas no País. Além disso, mandou estender a fiscalização para os outros 15 estados produtores de algodão do País. O ministério também comunicará o fato aos demais órgãos de fiscalização e à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).
Segundo o ministro, a utilização de sementes não autorizadas traz riscos para a lavoura de algodão, como a introdução de pragas e doenças exóticas no País.
O ministério também estabeleceu uma estratégia conjunta de ação para coibir o uso de sementes transgênicas de algodão em todo o País. O governo passará a exigir testes de presença de organismos geneticamente modificados em todas as sementes de algodão usadas no plantio das próximas safras.
Só poderão ser utilizadas sementes produzidas dentro do Sistema Nacional de Produção de Sementes.
O infrator poderá, além de ter a lavoura irregular destruída, responder criminalmente e perder benefícios de crédito.
O algodão geneticamente modificado é autorizado para produção comercial na China, Índia, Indonésia, Japão, Austrália, Canadá, EUA, México e Argentina. Segundo estimativas de 2003, a área plantada com algodão transgênico chegou a 7,2 milhões de hectares, o equivalente a 21% da área total plantada com a cultura em todo o mundo.