A beleza do ipê-mirim (Tecoma stans), também conhecido como amarelinho, faz com que ele se multiplique rapidamente. A disseminação é fácil e rápida, além da ação do vento, da chuva, o próprio homem leva mudas e sementes a grandes distâncias. Mas o que as pessoas não sabem é que o ipê-mirim é uma praga de pastagem muito agressiva e de difícil controle.

Utilizado como uma inofensiva planta ornamental, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Saladino Gonçalves Nunes, alerta que o amarelinho pode até inviabilizar áreas de pastagens.No Estado do Paraná, o problema do amarelinho tem a mesma proporção do da ciganinha em Mato Grosso do Sul (MS). Linhagens agressivas da praga vegetam espontaneamente invadindo áreas urbanas, rurais e margens de rodovias do Paraná. Estima-se que 50 mil hectares de pastagens estejam invadidos pela invasora e cerca de 10 mil já foram inviabilizados.

Em Mato Grosso do Sul, a planta ainda está sendo cultivada como ornamental. No entanto, se a disseminação continuar, o ipê-mirim passará a ser um grave problema para os pecuaristas, causando prejuízos. As pessoas são atraídas pela beleza das flores amarelas da invasora, muito semelhantes a espécies de ipês e carobas.

Como se livrar

O custo para erradicação do ipê-mirim nas pastagens é muito alto e a reinfestação é freqüente. Devido a esse fator muitas áreas são abandonadas. Segundo o pesquisador, quando a praga invade, ela toma conta da pastagem, sufocando-a. Portanto, o melhor a fazer é evitar a introdução dessa espécie na propriedade. Na impossibilidade de erradicá-la por problemas econômicos ou de tempo, recomenda-se que a área infestada seja roçada antes da frutificação da planta, para que não produza sementes. O controle mecânico deve ser realizado com equipamentos que possuam lâminas dentadas, para que as plantas sejam arrancadas e enleiradas. A queima também é necessária para que não enraizem formando novas populações.

Se a infestação acontecer em áreas de pastagens, é a oportunidade para o produtor rural fazer a reforma e introduzir novas práticas de manejo. “O controle deve ser realizado de forma integrada. Medidas preventivas; medidas culturais, para favorecer a gramínea; e, uso de métodos mecânicos e químicos associados”, explica Saladino. Ele também enfatiza que o método utilizado depende do porte do amarelinho. Para plantas arbóreas existem duas alternativas. A primeira, fazer o desmatamento, enleiramento, queima e tratamento químico no rebrote. A segunda alternativa é aplicar no solo ao redor do caule umas 40 gramas do herbicida granulado Tebuthiron (nome comercial: Graslan). Para plantas arbustivas, encontram-se em andamento vários experimentos utilizando produtos químicos aplicados na folha 60 a 90 dias após a roçada.

A praga

O amarelinho é uma planta da família das Bignoniáceas, originário do México e Sul dos Estados Unidos. Foi introduzido no Brasil como ornamental. Sua multiplicação pode ser por via vegetativa ou por sementes, que são leves, assim o vento pode transportá-las por grandes distâncias.

O amarelinho invade e domina, além de pastagens, áreas de matas ciliares, reflorestamentos, parques e áreas de regeneração natural.

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