Os perigos causados à saúde por alimentos geneticamente modificados e os interesses que estariam por trás deste grande negócio são o tema do livro “Speeds of Decception”, lançado em setembro passado pelo administrador de empresas norte-americano, especialista em marketing, Jeffrey Smith. “Se você considerar a ciência que está por trás dos transgênicos e a evidência dos perigos potenciais, verá que os produtos geneticamente modificados nunca deveriam ter sido introduzidos no mercado de alimentos ou usados na agricultura”, afirmou Smith, ontem, durante coletiva à imprensa no Palácio Iguaçu.
Smith conta que passou quase dez anos realizando pesquisas junto a cientistas e ao FDA (Food & Drug Administration), órgão responsável pela liberação de transgênicos nos Estados Unidos. A compilação está no livro de 266 páginas, que ainda não chegou ao Brasil, mas já ganhou a denominação “Transgênicos, sementes da enganação – As mentiras da indústria e do governo norte-americano sobre a segurança dos alimentos transgênicos que você está comendo”.
Segundo Smith, um dos grandes nomes do FDA, Michel Teller, teria sido advogado e chegado à vice-presidência da Monsanto – empresa que lidera o mercado de sementes transgênicas no mundo. “A política econômica dos Estados Unidos zela apenas pela política em si e não pela ciência”, lamenta.
Entre os perigos dos produtos geneticamente modificados, Smith cita o risco de desenvolvimento de câncer de mama e próstata, causado pelo hormônio aplicado na engorda do gado; casos de alergia na Rússia que teriam triplicado em três anos, desde o início do uso de produtos transgênicos; experiências com ratos que teriam morrido depois de ingerir tomates geneticamente modificados.
“No momento em que estas evidências surgiram, forças tentaram suprimir as informações. Muitas pessoas do FDA que tentaram divulgá-las foram demitidas”, revela. Segundo ele, a Monsanto teria oferecido entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões para que o FDA aprovasse produtos geneticamente modificados sem maior investigação e pesquisa. Segundo ele, com o livro e a divulgação de informações polêmicas, o objetivo é alertar o consumidor quanto aos riscos dos transgênicos e chamar a atenção dos políticos.