Brasília (AE) – O vice-presidente da República, José Alencar, reúne-se hoje com o presidente da Rússia, Vladimir Putin e entregará uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente russo, que visitará o Brasil em novembro. De acordo com uma nota distribuída por sua assessoria, Alencar também irá se reunir com o vice-ministro Alexei Godeev, responsável pela área agrícola, para tratar do veto russo à importação da carne brasileira em razão da descoberta de um foco de febre aftosa no Amazonas.

Ontem, durante encontro com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Federação Russa, Levgeneni Primakov, Alencar ressaltou que o potencial comercial entre os dois países atualmente em torno de US$ 2 bilhões, está bem abaixo do potencial. Segundo a assessoria da vice-presidência, Primakov disse acreditar que o intercâmbio poderá chegar a mais de US$ 5 bilhões.

O vice-presidente brasileiro também participou da abertura do Seminário Relações Econômico-comerciais Brasil-Rússia: oportunidades de negócios e investimentos, que contou com a presença de mais de 250 pessoas, sendo 60 empresários brasileiros. O seminário discutiu o aumento do intercâmbio entre os dois países nas áreas de agronegócios, energia (petróleo e gás) e tecnologia de informação, onde, segundo a nota, estariam as maiores as oportunidades de realização de negócios a curto prazo.

Em seu discurso, o vice-presidente ressaltou que o comércio entre os dois países está concentrado em poucos produtos. “É nosso interesse promover ações orientadas à diversificação, nos dois sentidos, da pauta de bens e serviços, em especial no tocante a produtos de maior valor agregado. Queremos iniciar um amplo programa de maior conhecimento recíproco, não apenas para que possamos tirar proveito das imensas vantagens na área do comércio, mas também para que possamos melhor avaliar as oportunidades de investimento, tendo em vista a complementaridade de nossas economias.”

Alencar citou as oportunidades de cooperação no domínio do gás natural, energia elétrica, combustíveis renováveis, mineração e energia nuclear. Segundo ele, diz o texto da nota, as vantagens competitivas da Rússia nesses campos poderiam levar ao desenvolvimento conjunto de turbinas e a formação de parcerias para a fabricação no Brasil de equipamentos e materiais para o setor de energia. Conforme sua assessoria, Alencar “enfatizou o interesse brasileiro na cooperação com a Rússia na utilização do espaço exterior – para fins exclusivamente pacífico”.

continua após a publicidade

continua após a publicidade