A Alemanha registrou novo superávit comercial recorde em 2016, uma tendência que provavelmente reacenderá o debate entre Washington e Berlim sobre a dependência dos alemães em relação a exportações.
No ano passado, a maior economia da Europa teve superávit de 252,9 bilhões de euros (US$ 270 bilhões) na balança comercial, o maior na série histórica iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, segundo a agência de estatísticas alemã, a Destatis. As exportações da Alemanha cresceram 1,2% ante 2015, enquanto as importações avançaram em ritmo mais contido, de 0,6%.
O feito da Alemanha reforça os argumentos do presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente criticou o país europeu por depender da demanda externa.
No mês passado, Trump disse em entrevistas ao tabloide alemão Bild e ao jornal inglês The Times que havia carros alemães demais nas ruas dos EUA, mas poucos modelos americanos circulando na Alemanha. Já seu principal assessor de comércio, Peter Navarro, afirmou ao Financial Times que Berlim estava explorando os EUA e países da União Europeia com um “euro absurdamente subvalorizado”.
O governo alemão rechaçou as alegações e comentários, ao dizer que Berlim não tem influência em taxas de câmbio ou de juros. O superávit comercial, dizem autoridades em Berlim, é um reflexo da forte posição econômica da Alemanha e da competitividade de suas empresas.
Apenas em dezembro, a Alemanha teve superávit comercial ajustado de 18,3 bilhões de euros, resultado que ficou aquém do saldo positivo de 21,7 bilhões de euros esperado por analistas.
A Destatis informou ainda que a Alemanha também garantiu superávit em conta corrente de 266 bilhões de euros em 2016, o maior desde que registros históricos foram iniciados em 1991. Fonte: Dow Jones Newswires.