Importante instituto da Alemanha, o IW cortou sua projeção de crescimento para a economia do país em 2017. O argumento é que há maiores incertezas globais, após a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, o chamado Brexit.
A crescente ansiedade sobre o futuro da política comercial no governo Trump pesa sobre a predisposição das companhias alemãs para investir, segundo pesquisa com cerca de 2.900 companhias do país realizada em outubro e novembro pelo instituto econômico IW. “Embora a expansão econômica da Alemanha vá continuar no próximo ano, o ritmo será muito mais fraco devido a crescentes incertezas globais, excetuando-se efeitos positivos da queda nos preços das commodities e devido ao menor número de dias trabalhados em 2017”, afirmou em comunicado o diretor-gerente do IW, Hubertus Bardt.
O instituto cortou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alemão para 1% em 2017, enquanto em abril esperava 1,25%. Neste ano, a expectativa é de avanço de 1,75%. O governo alemão está mais otimista e prevê 1,8% em 2016 e 1,4% no próximo ano.
O IW advertiu para um aumento nas tendências protecionistas em muitos países, inclusive de Trump, o que é uma notícia negativa para a Alemanha. “Particularmente como um país voltado para exportações, o rumo protecionista e isolacionista dos EUA seriam um risco ao crescimento no médio e no longo prazo”, afirmou o instituto. “O mesmo se aplica ao Brexit: embora o impacto direto seja limitado para a maioria dos países da UE no curto prazo, a decisão do Reino Unido representa um risco para a estabilidade da UE e a confiança no bloco.”
O instituto espera que o crescimento das exportações da Alemanha fique em 2% no próximo ano, após avançar 3% no atual. Mais de 60% das companhias ouvidas disseram esperar estagnação em suas exportações, enquanto apenas 25% preveem crescimento e 12% esperam redução. A pesquisa também mostrou que quase 39% das empresas alemãs projetam crescimento na produção geral no próximo ano, enquanto 50% preveem estabilidade e 13%, queda. Fonte: Dow Jones Newswires.