Enquanto aguarda o anúncio oficial do novo pacote de concessões do governo federal, que está previsto para ser divulgado no início de junho, o setor de concessões de rodovias vê movimentação também nos Estados para a elaboração de pacotes com rodovias estaduais, segundo o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Ricardo Pinto Pinheiro.

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“Neste rastro de anúncio de concessões, alguns Estados também estão se mexendo para desenhar programas de concessões, antevendo dificuldades orçamentárias”, disse o executivo, citando Goiás e Paraná, além de Minas Gerais, que já anunciou um chamamento público a agentes privados para elaborar estudos de viabilidade para novos trechos de rodovia.

Sobre o programa federal, Pinheiro disse que as concessionárias estão aguardando com expectativa o pacote, que deve trazer rodovias que já eram previstas no Programa de Investimento Logística (PIL) e ainda não foram leiloadas, além dos quatro lotes de rodovias que foram objeto de chamamento público para estudos de viabilidade.

“Há muita expectativa com o entorno (do programa), que não pode ser o trivial, o governo sabe que tem que dar mais elementos, mais atratividade, pelas condições de mercado que hoje são diferentes”, afirmou.

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Na sua avaliação, o sucesso desse novo pacote depende de projetos com estudos de viabilidade de boa qualidade, com boa previsão de fluxo de veículos, e condições de financiamento que permitam o investimento. “Financiamento de longo prazo é fundamental, e sei que o governo está se mexendo, em especial com agência de fomento”, disse.

Ele disse que as concessionárias têm sentido uma maior disposição de diálogo com o setor privado por parte de diversos âmbitos do governo. “Essa é uma importante mudança que teve em relação ao ano passado”, comentou.

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Questionado sobre a possibilidade de incorporação de aditivos de contratos nas concessões no pacote de concessões, Pinheiro disse que isso depende de maturidade das negociações entre as concessionárias e o poder concedente. Ele lembrou que esses aditivos são previstos e estão em constante negociação entre empresas e governo, com contrapartidas que são definidas caso a caso.

De acordo com ele, um reequilíbrio pela oneração da tarifa pode ser mais interessante do que a extensão do prazo. Pinheiro considerou, porém, que a ampliação do prazo também pode ser benéfica, “se a concessionária tiver capacidade de financiamento.”