São Paulo ? Os produtores de álcool se mobilizaram ontem, em São Paulo, para rebater as acusações de que o setor é responsável pela elevação do preço do combustível na bomba. Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de Mato Grosso do Sul, José Pessoa de Queiroz Bisneto, a alta está associada à recomposição de margens de lucro dos revendedores, à sonegação de impostos e a erros do próprio governo federal. Mas, em alguns casos, revela, há abuso por parte dos postos.

O argumento de Queiroz Bisneto é que em janeiro deste ano o preço praticado pelos usineiros era o mesmo de hoje, cerca de R$ 0,60 o litro do álcool. Nem por isso o valor cobrado na bomba chegava ao atual nível, em torno de R$ 1,20, em São Paulo. Para ele, a alta da gasolina também acabou impulsionando o preço do álcool. Mas ele acredita que deverá haver uma acomodação dos preços devido à concorrência entre os postos.

O presidente do sindicato também afirma que o governo, por intermédio da Petrobras, errou ao queimar todo o seu estoque de álcool em junho, quando o preço já estava baixo. Segundo Queiroz Bisneto, cerca 200 milhões de litros do combustível foram injetados no mercado, derrubando o preço do álcool para R$ 0,32, o que não foi sentido pelo consumidor. “O momento de colocar esse combustível no mercado era agora”, disse.

Ele reclama ainda da falta de apoio do governo, que nem se preocupa em formar um estoque de álcool para manter a regularidade do preço do combustível. Além disso, diz ele, o setor necessita de linhas de financiamentos. Recentemente o governo criou um crédito para a estocagem do álcool. Mas, segundo os usineiros, não há dinheiro disponível para atender nenhum produtor.

Quanto à redução do álcool na gasolina, ele diz que a medida elevaria ainda mais o preço do combustível. Segundo os produtores, a redução do teor de álcool de 25% para 20% tornaria a gasolina 3% mais cara.

continua após a publicidade

continua após a publicidade