A produção de álcool de mandioca como combustível veicular poderá ser uma alternativa que viria contribuir para um mercado com potencial de crescimento. A avaliação é do superintende da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias, sobre a intenção do setor mandioqueiro de implementar a produção para esse fim. A idéia, difundida pela Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (Abam), é resgatar um antigo projeto federal, o Pró-Álcool, que tentava encontrar novas fontes de combustíveis para substituir o petróleo.
A Abam defende que a utilização do álcool carburante de mandioca traz inúmeras vantagens. A principal delas, a otimização das usinas de cana-de-açúcar que ficam ociosas no período da entressafra. Mas para o superintendente da Alcopar, esse argumento não se sustenta, pois com o desenvolvimento de variedades de cana precoces e tardias tem se conseguido antecipar o ciclo da produção e da industrialização. ?Com tecnologias conseguimos melhorar muito o tempo de produção e industrialização, de forma que as indústrias ficam paradas só dois meses. E a idéia é reduzir ainda mais esse tempo?, disse.
Outra proposta defendida pela Abam é a adaptação das usinas de cana para a produção de álcool de mandioca. No entanto, José Adriano da Silva Dias destaca que a extração e tratamento dos dois produtos são diferentes, o que não simplificaria a utilização da estrutura já existente para a cana. O custo da produção também poderia ser uma dificuldade, pois a mandioca necessita do dobro da cana. Ele lembra que na década de 70, quando participou de um projeto semelhante ao defendido pela Abam, o processo de produção manual, as dificuldades de grandes áreas de plantio e o custo, inviabilizaram o projeto.
?Porém, atualmente, acredito que isso demanda um estudo mais aprofundado?, ponderou. Com base nas informações do Ministério da Agricultura, de que o produção de álcool precisaria dobrar até 2012 para atender a demanda, o superintendente da Alcopar disse que a extração de outros produtos, além da cana, seria bem vinda, desde que apresente uma relação de custo e benefício. ?Acho que temos um potencial de mercado e outras matérias-primas que entrarem serão bem vindas?, finalizou.