De agora em diante, o motorista paranaense que for abastecer seu carro com álcool terá que se acostumar a pedir por outro nome: etanol. Ontem, em Curitiba, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e sindicatos de postos e distribuidoras de combustíveis iniciaram, em um posto no Jardim Botânico, as trocas de nomenclatura.

continua após a publicidade

Agora, a nova denominação não aparecerá só nas bombas, mas também nas placas e até nos documentos fiscais. A ideia é que a mudança, que faz parte de um conjunto de novas medidas para comercialização do produto, ajude até a reduzir os preços do combustível.

“O Brasil é o único país no mundo que usa álcool na denominação do combustível”, informou o diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe, que esteve em Curitiba para a cerimônia de troca de nome do produto.

Para ele, as medidas em relação ao etanol têm o objetivo de tornar o combustível competitivo no mercado internacional. Uma delas torna o etanol uma commodity, o que possibilita sua comercialização nas bolsas de futuros. Outra é a criação, anunciada no mês passado, de uma empresa comercializadora do produto.

continua após a publicidade

De acordo com o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustiveis-PR), Oclandio Sprenger, o processo de mudança de nomenclatura deve demorar de três a seis meses no Estado.

Todos os 2,5 mil postos em todo o Paraná, sendo cerca de 600 em Curitiba e Região Metropolitana, deverão aderir, utilizando material fornecido pelas distribuidoras, pelo Sindicato ou confeccionado por conta própria mesmo.

continua após a publicidade

E o consumidor, acredita Sprenger, também não deve demorar muito para assimilar a mudança e passar a pedir para completar o tanque do carro com etanol.

Qualidade

O diretor da ANP aproveitou o evento para comentar que a qualidade do etanol nas bombas dos postos do Paraná está boa. Segundo Duailibe, os índices de não-conformidade obtidos nos testes da agência estão cada vez menores e o Estado tem uma média parecida com a nacional, de 3% de resultados não-conformes.

“Há 10 anos, esse índice era superior a 12%”, afirmou. Para ele, a mistura de corante no álcool anidro destinado à mistura com a gasolina, mas utilizado ilegalmente no etanol foi uma das principais causas da diminuição nas adulterações.

Duailibe também falou que vê com naturalidade, na maioria dos casos, o alinhamento de preços dos combustíveis em diferentes postos. “Normalmente, as variações são mínimas e dentro da margem. São poucas distribuidoras e os postos compram a preços similares”, frisou, lembrando que, no caso do etanol, preços muito baixos geralmente indicam sonegação de impostos.