O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, afirmou ontem que a mistura do álcool anidro à gasolina, hoje em 20%, ?dificilmente? voltará aos 25% em primeiro de novembro, como querem os usineiros. Segundo o ministro, o governo ainda avalia a proposta feita pelo setor sucroalcooleiro na última semana, na qual o setor garantiria o abastecimento durante a entressafra de cana-de-açúcar – entre dezembro de 2006 e abril de 2007 – suficiente para manter a mistura.
Outro fator, de acordo com Guedes, é o prazo de 20 a 30 dias que a Petrobras precisa para reorganizar o processo de refino e de logística para o aumento de cinco pontos percentuais na mistura do anidro à gasolina.
O governo sequer marcou ainda a reunião do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), responsável pela decisão final sobre aumento ou redução na mistura. ?Então a demanda do setor para primeiro de novembro é muito difícil de ser atendida?, explicou o ministro, que participou na manhã de ontem da abertura da 9.ª Conferência Internacional de Proteção de Produtos Armazenados, em Campinas (SP).
A mistura do anidro à gasolina, que por lei varia de 20% a 25%, foi reduzida para o piso em fevereiro a pedido dos usineiros, após a iminente crise de desabastecimento do álcool em virtude do aumento da demanda ante a queda da produção. Desde setembro, os usineiros dizem ter condições para o retorno aos 25%.