Em um breve comunicado conjunto, os ministros de Finanças do G-7 (grupo dos países mais ricos) afirmaram hoje que vão trabalhar para acalmar os mercados globais e que continuarão a apoiar suas economias até que a recuperação econômica se consolide. No encerramento do encontro de dois dias realizado na cidade ártica de Iqaluit, no Canadá, os ministros disseram que a economia global melhorou, mas que a recuperação econômica continua frágil.
“Estamos comprometidos em manter o suporte à economia”, disse o ministro de Finanças do Reino Unido, Alistair Darling. “Estamos confiante de que estamos caminhando na direção certa, embora continuemos cautelosos.” Já o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, deu um tom mais otimista. “A recuperação veio mais rápido e forte do que esperávamos”, afirmou.
O anfitrião do encontro, o ministro de Finanças do Canadá Jim Flaherty, informou que os ministros também discutiram as estratégias que vão usar para retirar os estímulos no próximo ano, quando uma recuperação mais forte estiver consolidada. O encontro foi precedido por uma forte turbulência nos mercados financeiros, alimentada pelos temores de que uma crise da dívida soberana de países da Europa poderá prejudicar a recuperação global.
Os membros europeus do G-7 disseram aos seus colegas que os problemas orçamentários da Grécia “não são assunto” para o Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble. Ele disse que “não havia dúvida” de que os membros da zona do euro se opõem a qualquer envolvimento externo com relação aos problemas da Grécia.
“Todos nossos parceiros externos da zona do euro têm a firme impressão de que os europeus vão resolver o problema e podem enfrentá-lo e de que estamos cientes do problema”, afirmou Schaeuble. “Mas nos recusamos com vigor e de forma unânime discutir nossos problemas internos.” Para reforçar este ponto, ele acrescentou que a Europa não está discutindo os problemas que ocorrem no Estado da Califórnia, por exemplo.
O ministro do Canadá Flaherty disse que a situação da dívida pública da Grécia não é “de preocupação intensa” da economia global por causa do tamanho relativamente pequeno da economia do país. “É preocupante, mas o tamanho da economia da Grécia, falando francamente, não é tão grande”, disse Flaherty, na entrevista coletiva à imprensa ao final do encontro. “Portanto, em termos globais, não é de intensa preocupação.”
Responsabilidade
Mas o ministro canadense afirmou que a questão precisa ser enfrentada e que isso era de responsabilidade da União Europeia (UE) e não do G-7. Os membros do grupo falaram sobre o problema da Grécia no final do encontro no final e, de acordo com Flaherty, os ministros europeus também discutiram o assunto separadamente. Com relação a reforma do setor financeiro, Flaherty disse que o G-7 concordou que os bancos que foram socorridos com dinheiro público devem devolver o que eles receberam.
Flaherty escolheu a remota cidade de Iqaluit, com uma população de apenas 7 mil pessoas e temperaturas que podem cair para 40 graus Celsius abaixo de zero, para reunião para tentar promover discussões mais informais. O G-7 é composto pelos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão, França, Itália e Canadá.
A pauta de discussões de hoje dos ministros abrangeu além da economia global e da reforma bancária, propostas para mais alívio da dívida para o Haiti, que se recupera de um devastador terremoto ocorrido em janeiro. Com informações da Dow Jones.