No posto BG Leste, em Guarulhos, o gerente Julio Mansour diminuiu o preço do litro do diesel em R$ 0,46 na sexta-feira, 1, quando recebeu da distribuidora 5 mil litros do combustível – metade do que o de costume. O volume foi todo vendido em menos de 24 horas e, desde sábado, 2, Mansour espera uma nova carga. Ele também está sem etanol e, na tarde de segunda-feira, 4, restava apenas 15% da gasolina que recebeu no sábado, 2. “Estou falando com os distribuidores desde ontem, para ver se eles me ajudam. Nos dois postos que temos aqui na (Rodovia) Ayrton Senna, o movimento na lanchonete caiu 80%, e são 200 funcionários praticamente parados.”
A falta de diesel também é observada por toda a cidade de São Paulo. Um posto da rede Duque na Avenida dos Bandeirantes, na zona sul, não recebeu o combustível mesmo após o fim da greve. As placas com os preços já indicam o novo valor do produto. O litro do diesel S-10 está R$ 3,639; antes saía por R$ 4,099, o que significa um desconto de R$ 0,4591.
No Tri, um posto de bandeira branca na zona leste onde a redução foi de R$ 0,46 no litro, o diesel também ainda não chegou. “Parece que está tendo muito pedido e as distribuidoras dão prioridade para os postos de suas bandeiras”, disse o gerente, Bismarque Sampaio. Na zona oeste, o posto Promissão reduziu o preço de R$ 4,099 para R$ 3,539 na manhã de segunda-feira, após receber 5 mil litros do combustível. “Normalmente, recebemos 10 mil. O diesel comum já acabou e o S-10 vai acabar logo mais”, disse o gerente Alexandre de Melo.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, prevê que a normalização do abastecimento ocorra até quarta-feira, 6. Ele afirma que a fiscalização do preço nos postos não deverá ser simples, já que a portaria que estabeleceu a prática não deixa explícito que o corte no litro do diesel deve ser de R$ 0,46. O documento fala apenas que a “redução do valor nas refinarias deverá ser imediatamente repassada aos consumidores pelos postos”.
“Os postos nem compram de refinarias, compram de distribuidoras. Só pode dar errado fazer uma lei sem falar com o setor afetado”, acrescentou Gouveia.
Enquanto o diesel cai nas bombas, a gasolina não retornou aos níveis anteriores à greve. No posto Tri, por exemplo, o litro saía ontem por R$ 4,099, dez centavos a mais do que antes da paralisação. No auge da greve, o valor chegou a R$ 4,499. Na rede 53, na zona sul, o litro bateu R$ 4,50 durante a greve e agora está custando R$ 4,10 – 20 centavos a mais do que antes dos protestos.
Para as distribuidoras, porém, o preço do litro descontados os impostos era de R$ 1,9976 na segunda-feira, ante R$ 2,0113 no sábado e R$ 1,9671 na sexta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.