A ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), realizada nos dias 19 e 20 de julho, mostrou que a autoridade permanece cautelosa a respeito do progresso dos juros na zona do euro.
Segundo o documento, a inflação continua fraca e ainda não mostrou sinais convincentes de recuperação, indicando que o BCE não deve retirar as medidas de estímulo enquanto a alta de preços estiver abaixo da meta de 2%. Mais cedo nesta quinta-feira, a agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, divulgou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1,3% na comparação anual de julho, mantendo o ritmo do mês anterior.
A ata também mostra que os dirigentes da autoridade monetária dividiram preocupações com a valorização do euro. “A apreciação do euro pode ser vista, em parte, como reflexo das mudanças nos fundamentos na zona do euro em comparação com o resto do mundo, mas foram expressados temores com o risco do câmbio disparar no futuro”, diz o documento.
Além disso, os dirigentes ressaltaram que as condições financeiras favoráveis não podem ser dadas como certas e apoiadas numa “extensão considerável” do alto grau de acomodação da política monetária.
Os dirigentes também discutiram sobre a comunicação do BCE. “Foi feita uma sugestão de que se considerasse um ajuste extra na linguagem sobre as diretrizes”, diz a ata. A ideia foi baseada no conceito de que esperar demais para fazer esse ajuste criaria um “desalinhamento” entre a comunicação do BCE e sua avaliação da economia, o que poderia levantar volatilidade no mercado quando a comunicação eventualmente mudasse. (Flavia Alemi – flavia.alemi@estadao.com)