A extração de petróleo bruto a partir do xisto na América do Norte vai melhorar o fornecimento de energia global, mas a importância da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não vai diminuir, já que a demanda de países em desenvolvimento está crescendo, disse nesta quinta-feira, 30, a diretora da Agência Internacional de Energia (AIE), Maria van der Hoeven.
“Os recursos da Opep são reconhecidos, por isso, a importância da organização definitivamente não vai diminuir. Mas as rotas de comércio vão mudar “, afirmou a chefe da fiscalização de energia dos países ocidentais.
Juntos, os países da OPEP continuam sendo os maiores produtores de petróleo do mundo. Mesmo que a demanda norte-americana recue, os países em desenvolvimento da Ásia, como China e Índia, continuarão sendo grandes importadores. “Mais de 50% da demanda mundial de petróleo provém de países não membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, observou Hoeven.
Ela se recusou a dar conselhos para ministros da OPEP, que se reúnem em Viena na sexta-feira para rever os preços e os níveis de extração do petróleo. “Isso é com eles. Claro que eles querem ganhar dinheiro, todo mundo quer ganhar dinheiro.” Hoeven ainda ressaltou a relação amigável entre a AIE e os membros da OPEP. “Eles sempre foram parceiros de confiança e acredito que serão no futuro também”, disse.
Com o óleo de xisto chegando ao mercado, haverá aumento da capacidade de reposição realizada pela Opep, especialmente na Arábia Saudita, o que torna o mercado mais confortável do que nos últimos anos. “Embora o mercado tenha sido eficientemente fornecido até agora, a reposição da capacidade era apertada”, reconheceu Hoeven.
Ainda de acordo com a diretora, a mudança observada no comércio global de petróleo também se aplica aos produtos refinados. “Nós prevemos uma mudança radical no mapa mundial de energia”, completou. As informações são da Dow Jones.