A desaceleração da atividade econômica no globo já tem impactos sobre o consumo de petróleo. A constatação foi apresentada há pouco pela Agência Internacional de Energia (AIE), que diminuiu hoje sua projeção para o crescimento da demanda este ano para 1 milhão de barris por dia (bpd). No mês passado, o relatório da entidade que tem sede em Paris contava com um incremento de 1,1 milhão de bpd. A instituição também reduziu o prognóstico para o ano que vem, de 1,3 milhão de bpd para 1,2 milhão e bpd. Esta é a quarta diminuição apresentada pela AIE nos últimos seis meses.
“Esperamos que o crescimento em 2019 seja o mais fraco desde 2016, após evidências de uma desaceleração em várias regiões e países importantes, incluindo (países da) Europa, Índia, Japão, Coreia e EUA”, avaliou a entidade, acrescentando, porém, que a expansão da demanda por petróleo na China se mantém em níveis “robustos”.
O relatório mensal também destacou que a oferta global teve queda de 1,5 milhão de barris por dia em setembro, para 99,3 milhões de bpd, após os ataques às instalações de processamento sauditas em Abqaiq e Khurais. O episódio levou a uma redução temporária do suprimento global de 5%.
Em relação à produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a AIE registrou uma queda expressiva no mês passado, de 890 mil bpd, para 28,82 milhões de bpd. De acordo com a entidade, este é o nível mais baixo desde 2009, quando foram feitos cortes profundos no fornecimento para sustentar os preços durante a recessão econômica global.
Apenas a oferta saudita recuou 770 mil bpd em setembro, a 9,02 milhões de bpd. Depois da Arábia Saudita, a segunda maior redução ocorreu na Venezuela. “A produção da Opep caiu para a maior baixa em dez anos em função das interrupções e das reduções contínuas da Venezuela, atingida por sanções”, frisou.
A agência prevê, no entanto, que a produção do cartel deve se recuperar este mês devido à rápida recuperação das operações na Arábia Saudita.