Os baixos preços cotados em alguns ítens importantes da agricultura paranaense, como a soja, o milho, e o trigo, mais os aumentos dos custos de produção da safra de verão, estão fazendo com que o País enfrente uma grave e perigosa crise. Com essa situação, os produtores não conseguirão quitar os financiamentos de investimentos devido ao resultado negativo previsto para a próxima comercialização da safra.

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Para encontrar uma solução emergencial para a crise, o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, enviou ontem um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com propostas para amenizar a situação dos agricultores.

No ofício, Meneguette aponta como exemplo o que vem ocorrendo com os produtores de trigo, cujos preços estão 20% abaixo do preço mínimo de R$ 24,00 a saca e, mesmo assim, sem mercado, dada a preferência dos moinhos pelo produto importado, principalmente da Argentina. ?A cotação da soja no interior do Paraná é de R$ 26,00 a saca, com tendência de queda, e o milho está sendo comercializado a R$ 14,00 a saca?, lembra Ágide Meneguette. No documento ele lembra que ?tais preços não cobrem os custos de produção, que foram 20% maiores que na safra anterior, principalmente por conta da alta do petróleo e de seus derivados, como combustíveis, fertilizantes e defensivos?.

Meneguette sugere a prorrogação dos débitos vencidos e que estão a vencer, principalmente os de investimentos, com grande urgência para os produtores de trigo; aumento de recursos para a comercialização de produtos agropecuários; adoção de uma nova política cambial que reduza o impacto do valor do dólar nos preços de nossos produtos de exportação; mudanças na política de navegação de cabotagem para permitir que produtos do Sul do País (milho, trigo, arroz, madeira) possam ser comercializados no Norte/Nordeste em condições de igualdade com os importados; investimentos urgentes, com recursos da Cide, para recuperar a malha rodoviária, para investir nos gargalos ferroviários e para a recuperação dos portos, como forma de reduzir o impacto dos custos decorrentes no valor final dos produtos agrícolas, entre outras medidas.

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O documento foi enviado ainda aos ministros Antônio Palocci (Fazenda), Roberto Rodrigues (Agricultura), José Dirceu (Casa Civil), Aldo Rebelo (Articulação Política), ao governador Roberto Requião, ao secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, e aos deputados federais, estaduais, e senadores.