Os cerca de 3,5 mil empreendedores rurais que participaram, ontem, de encontro realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná, no Expotrade, em Pinhais, fizeram, a pedido da presidente da CNC, senadora Kátia Abreu, um minuto de silêncio pelas vítimas das enchentes que atingem parte de Santa Catarina.

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Segundo a senadora que, junto com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi uma das “atrações” do encontro, o desafio para a agricultura nos próximos anos é “ser tratada à altura do que representa para o País”.

“Se excluíssem a agropecuária do PIB brasileiro, teríamos uma balança comercial negativa e uma economia em frangalhos. Queremos ser tratados sem emoção, mas com justiça”, disse a senadora. O objetivo do encontro, realizado todos os anos, é trocar experiências e conhecer projetos de modernização das atividades rurais.

O governador Aécio Neves parabenizou o modelo de encontro. “É algo que o Brasil precisa conhecer e implementar”, disse. Ao falar sobre a importância da qualificação pública para o desenvolvimento do País, ressaltou que a boa administração do dinheiro público é o maior benefício para todos os brasileiros.

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“O Brasil precisará, o mais rápido possível, de uma transformação na compreensão do papel social do Estado. Foi-se o tempo do paternalismo da administração pública”, disse.

O senador Osmar Dias deu algumas boas notícias aos produtores. Disse que estão avançando as negociações com o governo federal para possibilitar que as áreas de preservação permanente (APPs) sejam somadas ao cômputo dos 20% obrigatórios de reserva legal.

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Também confirmou o adiamento por um ano (31/12/2009) do prazo para averbar a área de reserva legal. E disse que há um consenso de que seria um retrocesso impedir o cultivo de vinhedos em encostas de morros e arroz em várzeas.

O senador criticou o baixo percentual do orçamento do Paraná que sobra para investimento, para melhorar as estradas rurais, o atendimento à saúde e a segurança. “Se Minas Gerais consegue investir 11% do orçamento, por que o Paraná só consegue 5,6%?”, indagou Osmar Dias.

O presidente do Sistema Faep, Ágide Meneguette, disse que os empreendedores “têm à frente vários desafios, inclusive o desafio político. Trata-se de participação na vida comunitária, na vida do estado e do País. Nos últimos anos, os governos federal e estadual têm cometido erros e omissões que influem direta ou indiretamente em nossos custos de produção e nos preços de nossos produtos. Nosso interesse deve abranger desde os problemas das comunidades, que podem ser resolvidos nas prefeituras e câmaras municipais, até decisões que afetam a nossa vida e que estão no âmbito dos governos e passam pela Assembléia Legislativa e Congresso Nacional”, afirmou.