A perda de ritmo no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na passagem do segundo para o terceiro trimestre é explicada por efeitos sazonais da agropecuária, ressaltou nesta sexta-feira, 1º de dezembro, Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme informou mais cedo o IBGE, o PIB do terceiro trimestre cresceu apenas 0,1% ante o segundo trimestre. No segundo trimestre, o crescimento foi de 0,7% ante o primeiro, conforme revisão anunciada também nesta sexta.
A perda de fôlego da agricultura brasileira no segundo semestre é normal e esperada, pois as principais safras nacionais, como soja e milho, são colhidas no início do ano. “O grande boom da agropecuária foi no primeiro semestre, mais até no primeiro trimestre”, afirmou Rebeca.
Além disso, safras importantes do fim do ano, como a cana, não estão bem. “A gente não tem mais a safra da soja e entrou a safra da cana, que está com expectativa de queda na produção”, afirmou Rebeca.
A pesquisadora ressaltou que, para 2017 como um todo, a agropecuária continua como o grande destaque da economia, na esteira de uma supersafra que se recupera da quebra verificada em 2016. “Claro que, no acumulado do ano, a agropecuária puxa a atividade”, disse Rebeca.
Quando se olha para a alta de 0,6% do PIB no acumulado dos três primeiros trimestres do ano, ante igual período de 2016, “fica clara a contribuição da agropecuária para o ano”, afirmou Rebeca.
Conforme os dados divulgados mais cedo pelo IBGE, pela ótica da oferta, a agropecuária foi o único componente com variação positiva, de 14,5%, puxando as demais atividades. Indústria encolheu 0,9% e os serviços, 0,2%, na comparação com os três primeiros trimestres de 2016. “No acumulado do ano, o PIB só está positivo por causa da agropecuária”, disse Rebeca.