Brasília (AE) – A desvalorização do dólar frente ao real não alterou o ritmo de exportações do agronegócio, mostram números divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura. O saldo da balança comercial do setor foi de US$ 10,617 bilhões entre janeiro e abril. Esse valor representa crescimento de 16,7% em relação ao mesmo período de 2004, quando o superávit comercial foi de US$ 9,1 bilhões. O resultado é recorde histórico para períodos de quatro meses, informou o governo.
Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações agrícolas renderam US$ 12,244 bilhões ao País, também recorde histórico para períodos de janeiro a abril e 14,6% acima do valor exportado no mesmo período do ano passado. Já as importações cresceram 2,6%, totalizando US$ 1,626 bilhão.
O destaque foi o aumento de 32,4% na receita cambial obtida com as vendas de carnes. O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, afirmou que o ritmo das vendas externas continuará aquecido. ?Grande parte dos frigoríficos brasileiros fecha os contratos em euro?, comentou. Ele estimou que só os embarques de carne bovina renderão US$ 2,8 bilhões neste ano, contra US$ 2,457 bilhões em 2004. Entre janeiro e abril, o faturamento com os embarques de carne bovina ?in natura? cresceu 25,4%. As vendas de frango ?in natura? renderam 27% a mais e as exportações de carne suína, 97,5%.
Outro destaque da balança comercial no acumulado de janeiro a abril foi o crescimento de 68,3% do faturamento obtido com os embarques de açúcar e álcool. Os técnicos do ministério também ressaltaram o aumento da receita cambial obtida com as exportações de café (67,3%), sucos de frutas (5,8%), fumo e tabaco (18,7%) e leite, laticínios e ovos (28,2%).