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Foto: Arquivo/O Estado

Produção primária continua sendo o ?fiel da balança?.

As exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 48,283 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses. O valor é 14,5% superior ao período compreendido entre novembro de 2004 e outubro de 2005, que foi de 42,160 bilhões. Com importações de US$ 6,289 bilhões (+ 26,3%), o superávit comercial nos últimos doze meses foi de US$ 41,994 bilhões, conforme dados da balança comercial do agronegócio divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais (SRI), os setores com maior destaque para o período foram: complexo sucroalcooleiro; produtos florestais, complexo soja; fumo e seus produtos; cereais, farinhas e preparações; couros e produtos de couro; carnes; café; e sucos de frutas. ?Os números comprovam a qualidade dos produtos e a competitividade do agronegócio brasileiro que hoje exporta para 210 países?, comentou o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto.

Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações do setor somaram US$ 40,896 bilhões, valor recorde histórico para períodos de janeiro a outubro e 13% acima do valor exportado em igual período de 2005. No acumulado do ano, as importações chegaram a US$ 5,315 bilhões (+ 28,5%), o que resultou num superávit de US$ 35,580 bilhões, também histórico para períodos de janeiro a outubro.

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O setor sucroalcooleiro foi o maior destaque nos primeiros dez meses de 2006, já que o valor exportado passou de US$ 3,871 bilhões para US$ 6,160 bilhões, um incremento de US$ 2,289 bilhões. Impulsionadas pela elevação dos preços do açúcar (54,6% para o açúcar em bruto e 64% no caso do açúcar refinado), as vendas externas do complexo sucroalcooleiro corresponderam a quase metade do aumento das exportações do agronegócio entre janeiro e outubro. As exportações de álcool cresceram 113% em termos de valor, devido à elevação de 30% no volume exportado com preços 64% superiores.

Outubro

As exportações do agronegócio em outubro totalizaram US$ 4,839 bilhões, o que representou um aumento de 29,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações somaram US$ 599 milhões (+ 43%). Como conseqüência, o superávit da balança comercial do setor no mês foi de US$ 4,240 bilhões. Tanto as exportações quanto o superávit comercial são recordes para meses de outubro.

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O segmento sucroalcooleiro também foi o principal destaque nas vendas externas do mês de outubro, devido ao aumento absoluto de US$ 620 milhões nas exportações (passando de US$ 413 milhões para US$ 1 bilhão), um incremento de 150% em relação a outubro de 2005.

O valor exportado de açúcar cresceu 134,5%, devido à elevação da quantidade exportada (66,5%) e aos preços superiores aos registrados em igual período do ano anterior (43,5% no caso do açúcar em bruto e 37,4% no caso do açúcar refinado). Já as exportações de álcool aumentaram 207%, o que resultou de aumento de 89,5% na quantidade embarcada, com preços 62% acima dos preços registrados em outubro de 2005.

Propostas para o crédito e agricultura familiar

O papel do crédito fundiário e propostas para a agricultura familiar são os principais temas do 2.º Fórum de Atualização dos Profissionais Credenciados no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que termina hoje em Curitiba. O encontro é promovido pela Delegacia Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná.

Segundo o delegado adjunto, José da Encarnação Leitão, o objetivo é evitar frustrações futuras para famílias que vivem no campo, incentivá-las a produzir. Para isso, é preciso haver propostas viáveis para tratar o problema da terra, disse ele.

José Leitão informou que o Ministério do Desenvolvimento Agrário investiu R$ 30 milhões do Programa de Crédito Fundiário no estado. Atualmente, são atendidas pelo programa 700 famílias de pequenos agricultores paranaenses, com a aquisição de mais de 3.700 hectares de terra.

De acordo com Leitão, o programa é uma complementação da reforma agrária, pois trabalha com propriedades com tamanho abaixo de 15 módulos rurais, que não podem ser desapropriadas.

Segundo o supervisor do PNCF no Paraná, Marcos Andersen, o programa faz parte das políticas públicas do governo federal para redução das desigualdades sociais. ?Muitas vezes, os filhos de pequenos agricultores querem continuar no campo e não conseguem porque a terra é pouca?, afirmou Andersen.

Uma das vantagens do programa apontadas por Andersen é que, dependendo da localização do terreno adquirido, o pequeno agricultor nem precisa sair de seu lugar de origem. Além disso, o programa permite, por exemplo, a aquisição de lotes dotados de toda infra-estrutura – moradia, água, eletrificação rural e outras benfeitorias – com um atendimento mais rápido às demandas por terra.

Andersen lembrou que o agricultor tem direito a financiamento de até R$ 40 mil, com prazo de pagamento de 17 anos – sendo dois de carência – com juros de 6,5% ao ano. O produtor tem desconto de 15%, se pagar o financiamento pontualmente.