Agronegócio do Paraná perde US$ 60 milhões

A participação do agronegócio paranaense nas exportações entre janeiro e setembro deste ano apresentou um resultado ainda mais baixo em relação ao registrado no mesmo período de 2005. A queda equivale a US$ 60 milhões, que deixaram de circular na economia do estado durante este período, passando de US$ 7,45 bilhões para US$ 7,39 bilhões. O levantamento, divulgado ontem pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) mostra também que as exportações agropecuárias pelo Porto de Paranaguá caíram 23% este ano, principalmente do complexo soja (-12%), enquanto os embarques do agronegócio por outros portos brasileiros aumentaram significativamente.

O reflexo na participação do setor produtivo agrícola nas exportações totais pode ser avaliado em mais profundidade por uma redução de 55% para 53%, de janeiro a setembro, o que representa o encolhimento da receita da balança comercial em pelo menos 2%. Um dos produtos que mais refletiu os efeitos da queda foi a soja em grão, com queda de 24,5% na movimentação de embarques também pelo Porto de Paranaguá.

Conforme o levantamento, o resultado total no acumulado janeiro/setembro de 2006 (US$ 7,39 bilhões) quando comparado ao mesmo período de 2005 (US$ 7,45 bilhões) apresentou uma queda de 0,7%. As exportações do agronegócio mantiveram-se praticamente estáveis, passando de US$ 4,09 bilhões para US$ 4,03 bilhões (-1,3%). A participação do agronegócio nas exportações totais caiu de 55% para 53%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Secex / MDIC).

Grupos

No desempenho por grupos de produtos, o complexo soja (grão, farelo, óleo, margarina e lecitina) registrou uma receita de US$ 1,57 bilhão, uma redução de 12% em relação a igual período de 2005 (US$ 1,78 bilhão), enquanto as exportações de soja em grão somaram US$ 585 milhões, o que reverte em números mais baixos ainda, com a queda na receita externa da soja em grão avaliada em 24,5%. Um volume de 2,57 milhões de toneladas foi escoado pelo Porto de Paranaguá, resultado 23% inferior em relação ao comercializado no mesmo período de 2005 (3,33 milhões de toneladas). Enquanto isso, no mesmo período, portos vizinhos vêm registrando aumento da movimentação de soja em grão.

O grupo carnes (aves, bovina, suína e outras) gerou receita de US$ 709 milhões contra US$ 847 milhões, resultando em queda de 16%, em função da combinação de fatores adversos como a redução de demanda externa (gripe aviária); os embargos impostos pela Rússia à carne suína e a ocorrência de focos de febre aftosa no estado, que afetaram as exportações de carne bovina.

Não houve registro de comercialização de carne bovina, devido aos problemas sanitários e suas respectivas conseqüências. O volume exportado de carne suína passou de 51 mil toneladas para 18 mil toneladas (-66%) e a receita caiu de US$ 116 milhões para apenas US$ 28 milhões.

O setor de material de transportes, que até então alavancava as exportações paranaenses, registra desempenho negativo nas vendas de automóveis – queda de 24% – com reflexos nas exportações totais do Paraná.

Alguns dos principais mercados importadores registraram variação negativa em relação a igual período do ano passado, como os Estados Unidos, Alemanha, China, Japão, Rússia, Arábia Saudita e a Coréia do Sul.

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