A agroindústria é a grande propulsora da geração de empregos no Paraná. É o que mostram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR).
Entre janeiro e agosto, o nível de emprego cresceu 6,31%, com saldo de 117.319 vagas – o segundo melhor resultado no período desde 1992, atrás apenas de 2004, quando foram 125 mil vagas.
No ano, a indústria de alimentos e bebidas foi a que mais gerou oportunidades de trabalho (25.888 vagas), principalmente por conta da produção de álcool e de açúcar. O comércio varejista aparece em seguida (13.041) e a agricultura e silvicultura (12.156), na terceira posição.
Das novas oportunidades de emprego, quase 73% surgiram no interior do Estado. ?Depois de dois anos de crise no campo, está havendo recuperação e isso já está refletindo no número de empregos?, comentou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. A recuperação dos preços agrícolas e o clima favorável têm ajudado o setor.
Já em termos porcentuais, o setor que mais gerou empregos no Estado desde janeiro foi o da construção civil, com crescimento de 13,85%. Para o economista do Dieese-PR, o bom desempenho da construção civil é resultado do aumento do poder aquisitivo da população aliado ao maior acesso ao financiamento imobiliário.
Com o resultado de agosto, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Paraná é de aproximadamente 1,977 milhão.
Em 2007, segundo Sandro Silva, a expectativa é que o Paraná encerre com a geração de 115 a 120 mil empregos; resultado melhor do que o do ano passado, quando o saldo foi de 86 mil vagas, mas abaixo de 2004, quando surgiram 125 mil novas oportunidades. ?Pode ser que haja uma surpresa positiva até o final do ano e o resultado supere o de 2004. Mas ainda é cedo para falar disso.?
Agosto
Em agosto, o nível de emprego no Paraná cresceu 0,61%, com o saldo de 12.036 vagas. O comércio varejista foi o que mais empregou, com 1.880 postos de trabalho -quase 77% no interior do Estado.
Mesmo com a desvalorização do dólar – que acirra a concorrência com produtos importados e prejudica as exportações -, a indústria têxtil e do vestuário ficou na segunda posição, com 1.665 vagas, e a construção civil em terceiro, com 1.515.
Já o setor de agricultura e silvicultura registrou queda no saldo de empregos (-466), devido ao período de entressafra. Em julho, já havia apresentado redução de 110 vagas. ?Até o final do ano, a tendência é que o saldo de empregos na agricultura seja negativo?, apontou Silva.
Na comparação com igual mês do ano passado, o saldo cresceu 65,83% – em agosto de 2006, foram 7,2 mil empregos. De acordo com Sandro Silva, o aumento de empregos se deve à inflação estabilizada, às taxas de juros em queda, ao maior volume de crédito, além do aumento da massa salarial.