Os produtores do Paraná fecharão este ano com um prejuízo de R$ 1,12 bi. É o que aponta estudo da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), baseado em dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

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De acordo com o balanço, o prejuízo na produção de milho, soja e trigo é resultado da diferença entre a receita de R$ 9,98 bi e os gastos que somam R$ 11,10 bi. Estes envolvem o custo de produção, a sobrevivência do produtor, como também o maior problema do setor que é o acúmulo das dívidas e dos prejuízos das últimas cinco safras: duas de verão e três de inverno.

Para fazer a atual safra, os produtores gastaram R$ 7,74 bi com o custo de produção. Já as dívidas agrícolas que vencem neste ano são da ordem de R$ 1,44 bi.

O estudo mostra que, descontados do Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola do Paraná, calculado pela Seab, o custo de produção e o pagamento dessas dívidas, sobraria uma renda de R$ 800 milhões para a sobrevivência de 160 mil famílias do Estado. Isso possibilita um salário mensal de R$ 415,00 para cada família de quatro pessoas no meio rural. Um estudo semelhante, feito pela Fundação Getúlio Vargas, aponta que a situação inibe a retomada do crescimento agrícola a curto prazo.

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Já em relação ao acúmulo de prejuízos, o estudo mostra que o produtor não começou o ano com suas contas sanadas. Com isso, nos últimos três anos, ele tem acumulado prejuízos decorrentes, principalmente, da seca e preços ruins, resultado da política cambial do governo federal. Nesse período, os prejuízos somaram R$ 9,78 bi, valor equivalente a um ano inteiro de receita bruta de milho, soja e trigo.

Diante desse quadro, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, alertou para o iminente desespero dos produtores e a necessidade de repactuação das dívidas, dentro de um prazo compatível com a renda do setor. ?A conta não fecha e no entanto, se noticia apenas a safra recorde, esquecendo da dimensão dos prejuízos acumulados entre 2004 e 2006, das dívidas prorrogadas para os próximos anos e da recente alta dos insumos?, disse.

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