Para ocupar uma posição de destaque no cenário mundial da produção de grãos, o Brasil precisa correr para acabar com alguns gargalos que impedirão o crescimento da atividade agrícola.
Estudo feito pela assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura mostra que a falta de investimento em infra-estrutura física e o atraso na tecnologia e defesa agropecuária são fatores negativos para a agropecuária nacional.
Ao divulgar o estudo, Elísio Contini, técnico da pasta, também citou que o crescimento econômico abaixo do previsto nos próximos anos e o protecionismo dos países desenvolvidos poderão frustrar o sonho do Brasil de se tornar um dia um gigante agrícola.
O engenheiro civil e doutor em planejamento de transporte e logística pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Paulo Rezende, tem uma análise interessante sobre o horizonte da agricultura brasileira. Ele, que é professor da Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais, lembra que muitos países gostariam de ter o potencial agrícola que o Brasil tem, mas que os governos brasileiros rezam para que a cada ano ocorra uma quebra de safra: ?Se a cada ano houvesse uma nova safra recorde não teríamos como escoá-la?, afirmou em entrevista recente.
De fato, a agricultura tem muito espaço para crescer no Brasil. Quinto maior país do mundo em extensão territorial, com 8,547 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil dispõe de 106 milhões de hectares de terras agricultáveis ainda não exploradas. Essa área tanto pode ser usada para aumentar o cultivo de florestas como para expandir as lavouras de cana-de-açúcar e de oleaginosas destinadas à produção de biodiesel, informou o ministério.
Outros 30 milhões de hectares hoje ocupados com pastagens serão cedidos à agricultura em 15 anos. Com a tecnologia, os animais ocupam menos pasto e estão prontos para ir para o abate em menos tempo.
Apesar de apontar os ?gargalos?, o estudo elaborado pelo ministério também é muito otimista em relação ao potencial agrícola do País. Entre 2014/15, os três maiores produtores de soja em grão do mundo serão Argentina, Brasil e Estados Unidos, que responderão por 75% da produção mundial. Considerando o arroz, feijão, milho, soja e trigo, as estimativas indiciam que a produção nacional chegará a 170,3 milhões de toneladas na safra 2014/15, volume que representa aumento de 58,6% na comparação com a safra 2004/05.
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