Agricultura e pecuária e construção civil são os setores com maiores taxas de rotatividade do mercado de trabalho brasileiro, aponta o estudo “Os números da rotatividade no Brasil: um olhar sobre os dados da Rais 2002 – 2013”, divulgado na manhã desta quarta-feira, 17, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Outra conclusão revelada pelo estudo é que um reduzido número de estabelecimentos é responsável pela maior parte dos desligamentos. Em 2013, 6,2% dos estabelecimentos do setor privado foram responsáveis por 63,3% dos desligamentos ocorridos no ano.

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O trabalho foi feito em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em Brasília. Em instantes, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, concederá entrevista para comentar os resultados. Dados da pesquisa que já foram apresentados mostram que o mercado de trabalho celetista do Brasil registrou uma taxa de rotatividade global de 63,7% em 2013. A taxa de rotatividade no ano passado, descontada após a exclusão dos motivos ligados aos trabalhadores (como morte, aposentadoria, transferências e desligamentos a pedido do trabalhador), foi de 43,4%.

Os desligamentos predominam entre pessoas em faixas etárias mais baixas, assim como nas faixas de menor escolaridade, apontam MTE e Dieese. O estudo mostra que o ano de 2013 terminou com um estoque de 48,9 milhões de vínculos de trabalho. Isso significa que, em relação a 2002, foram criados mais de 20 milhões de empregos, com um incremento médio anual de 1,8 milhão de postos de trabalho. “Este resultado, entretanto, é fruto de uma forte movimentação contratual no período”, ressalta a pesquisa. Em 2013, ocorreram 29,1 milhões de admissões, mas 12 milhões desse total não permaneceram ativas no estoque ao final do ano.

Segundo o estudo, predomina no Brasil o emprego de curta duração. Isso, segundo a pesquisa, integra o perfil do trabalho brasileiro, de “grande flexibilidade contratual”. Entre 2002 e 2013, cerca de 45% dos desligamentos ocorreram com menos de seis meses de vigência do contrato de trabalho. Em cerca de 65% dos casos, sequer atingiram um ano completo.

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