Requião aunciou compra
direta de equipamentos.

O governador Roberto Requião, o coordenador de operações do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o Banco Mundial, Luíz Gabriel Azevedo, e o gerente de operações para a Região Sul, Michael Carroll, definiram ontem a renovação de um financiamento para a agricultura do Estado nos próximos dois anos. “Fechamos um contrato que atinge US$ 100 milhões, ou quase R$ 300 milhões, destinados para a agricultura e recuperação de estradas rurais em todo o Paraná”, ressaltou o governador.

Além da renovação do programa, a reunião foi uma oportunidade para Requião explicar a mudança na forma de comprar equipamentos para o pequeno agricultor. “O secretário da Agricultura deve anunciar que nós não vamos mais dar cheques para a compra de implementos pelo próprio agricultor, no seu município. O Estado vai comprar diretamente os equipamentos, através do pregão eletrônico, para verificar a qualidade e a procedência”, esclareceu.

O governador salientou ainda que as compras através do sistema permitem ainda melhor controle dos recursos públicos e geram economia de 30% na comparação com os preços praticados no mercado. “Atualmente, o governo dá um cheque para o produtor comprar equipamento e ele acaba se sujeitando aos preços dos fornecedores da sua região”, analisou.

Para o coordenador de operações do Banco Mundial, o sistema de compras através do pregão eletrônico chama atenção pelos resultados que alcança e deve ser exemplo para outras administrações. “Nós consideramos importante este desejo do governo do Paraná em implementar uma forma eficiente de gestão dos recursos públicos e estamos interessados nesse sistema, tentando aprender um pouco com a experiência do Paraná”, afirmou.

Gabriel Azevedo destacou ainda que o programa de apoio à agricultura é o único financiamento que o Bird mantém no Estado. “Estes recursos se somam a R$ 1,7 bilhão em investimentos pela Sanepar e aos 4 mil quilômetros de estradas que serão recuperadas”, completou Requião. Também participaram da reunião os secretário do Planejamento, Reinhold Stephanes; dos Transportes, Waldyr Pugliesi, e da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti.

Safra de verão não passa de 30 milhões de toneladas

A prolongada estiagem que atinge o Paraná é um dos fatores que está prejudicando o plantio da safra de verão 2004/2005, que não deverá ultrapassar os 30 milhões de toneladas de grãos. A previsão é do vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, que apresentou informações sobre sua pasta na reunião de ontem do secretariado. Segundo ele, o agricultor paranaense não está atravessando um bom momento diante da adversidade do clima, associado à elevação no custo de produção, com a alta de preços dos insumos e preços mais baixos dos produtos agrícolas no mercado externo.

Conforme o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a umidade relativa do ar é uma das mais baixas nos últimos anos, abaixo de 30%. Na região Noroeste, o índice foi um dos mais baixos já registrados, em torno de 12%. A estiagem vem prejudicando o Paraná desde o início deste ano, quando foram perdidas quatro milhões de toneladas de grãos na safra 2003/2004. A previsão de colher 30,3 milhões de toneladas foi reduzida e a safra colhida totalizou 26,1 milhões de toneladas de grãos.

Na safra 2004/2005, a cultura de soja terá área ampliada para 4,09 milhões de hectares. Em compensação, a cultura do milho vai ocupar a menor área dos últimos 30 anos, caindo para 1,25 milhão de hectares. Também haverá redução no plantio do feijão, com uma área prevista de 329,7 mil hectares. Já a cultura do algodão está em expansão devido ao rendimento que está propiciando ao agricultor, devendo atingir 53,3 mil hectares. A cultura do fumo também apresenta crescimento de área, com previsão de plantio de 68,1 mil hectares, assim como a mandioca, cuja previsão é ocupar 178,3 mil hectares. A cultura mais recente que apresentou dificuldades foi o trigo. A área ocupada foi de 1,32 milhão de hectares.

Na safra colhida este ano, o Valor Bruto da Produção (VBP) atingiu R$ 27,3 bilhões, que correspondeu à renda bruta gerada nas propriedades. Desse total, 8% deve ser destinado aos municípios através do Fundo de Participação dos Municípios. Os principais produtos que contribuíram para a formação do VBP de 2004 foram a soja, com R$ 7,15 bilhões; milho, com R$ 3,05 bilhões; frango, com R$ 2,25 bilhões; bovinos, com R$ 1,49 bilhão, e leite, com R$ 1,18 bilhão.

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