Nova York
(Das agências) – As ações da Xerox Corp. começaram a sexta-feira perdendo 30 por cento de seu valor nas bolsas européias, em virtude de um relato de que a manipulação dos lucros realizada pela companhia norte-americana durante cinco anos foi maior do que inicialmente se pensava. A maquiagem nos livros da Xerox poderia chegar a US$ 6 bilhões, de acordo com o Wall Street Journal.Após fecharem a quinta-feira cotadas a US$ 8 em Nova York, as ações da Xerox foram negociadas a US$ 5,1 no sistema de pregão eletrônico Instinet. Em Nova York, as perdas foram mais baixas: no início da tarde, as ações haviam caído 13 por centou, ou 73 centavos de dólar, para US$ 7,27. Segundo o Wall Street Journal, uma nova auditoria descobriu que maquiagem foi duas vezes maior do que os US$ 3 bilhões apurados pela SEC o órgão regulador dos mercados norte-americanos em abril, quando os dois lados chegaram a um acordo.
Na ocasião, a SEC calculou os erros cometidos pela Xerox nos balanços de 1997 a 2000. Só que, segundo o jornal, a companhia maquiou sua receita também em 2001. A porta-voz da Xerox, Christa Carone, admitiu à CNN que a companhia retificará a receita obtida no período de 1997 a 2000. Segundo Carone, a correção será da ordem de “não mais que US$ 2 bilhões”, o que representa dois por cento da receita naquele período.
O grupo norte-americano em nota oficial distribuída ontem à tarde, admitiu que seu resultado, sem os impostos, era 1,4 bilhão de dólares menor do que o valor publicado anteriormente para o período 1997-2001. O grupo também teve de revisar a baixa de seu volume de negócios em aproximadamente 2%, para levá-lo a 91 bilhões de dólares no mesmo período. Em 2001, a Xerox registrou uma perda líquida de 71 milhões de dólares, para um volume de negócios de 17 bilhões de dólares, precisou o grupo.
Filial não fala
A Xerox do Brasil informou ontem à tarde, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre os problemas descobertos na auditoria feita pela PricewaterhouseCoopers no balanço da Xerox Corporation. Segundo a assessoria, a matriz irá encaminhar à Securities & Exchange Commission (SEC) uma revisão de seus números na segunda-feira e também publicar como fato relevante.
A Xerox, com a admissão pública de manipulação de números, se une aos maiores escândalos americanos dos últimos meses: o primeiro, a gigante de distribuição de energia Enron, falida e, mais recentemente, nesta semana, a WordCom, do setor de telefonia (que controla a Embratel, no Brasil), que se encaminha para a falência também por manipulação de balanços para apresentar lucro enquanto era deficitária.
